Prosperidade
(ou, com papas e bolos
se enganam os tolos)
A Teologia da Prosperidade está muito
em voga entre as Igrejas Neo-Pentecostes e Neo-Carismáticas evangélicas.
De acordo com esta Teologia a prosperidade
económica e o êxito, especialmente nos negócios, é um sinal exterior evidente
da bênção de Deus. Esta mensagem, comum aos pregadores de televisão dos E.U.A.
a partir dos anos sessenta, foi transplantada para a América Latina a partir
dos anos 80.
No seu livro “Os Banqueiros de Deus”,
o pastor baptista peruano, Martin Ocana, faz a apologia da prosperidade
considerando que ela constitui uma forma de avaliar se uma sociedade é cristã
ou não, como no caso dos E.U.
Lendo a Bíblia fora do contexto, os
teólogos da prosperidade espalham ideias tão disparatadas e mirabolantes como
estas:
- O pecado de Adão foi o de ter
contribuído para baixar a produtividade da humanidade;
- José da Nazaré, pai de Jesus, era
um empresário do ramo das madeiras;
- Jesus rodeou-se de amigos e
senhoras ricas e tinha tanto dinheiro que necessitou de um tesoureiro;
- Os discípulos de Jesus eram
empresários da pesca;
- Nunca foi da vontade de Jesus que
um cristão fosse pobre.
Estas pessoas convenceram os seus
fiéis de que “quanto mais dessem mais receberiam”: “serão abençoados na medida
em que entreguem os dízimos aos pastores e esmolas aos templos”.
A IURD, Igreja Universal do Reino de
Deus, fundada por Edir Macedo Bezerra, em 1977, conseguiu desta forma enormes
recursos financeiros construindo templos gigantescos espalhando-se por todos os
países da América Latina e muitos outros do resto do mundo transformando
cinemas em Igrejas.
Trata-se apenas de um fabuloso
negócio fraudulento em que caem pessoas incautas, necessitadas e desesperadas
vivendo crises económicas e emocionais, atraídas por expectativas ilusórias e
conduzidas a um fanatismo irracional.
A Teologia da Prosperidade é
completamente oposta ao que foi a vida de Jesus: um fracasso económico e
político terminando com a sua morte violenta.
A vida de Jesus não aparece vinculada
nem ao êxito nem ao poder mas sim ao amor e ao compromisso com a justiça. A
ideia de um Deus todo-poderoso e triunfador muda radicalmente com Jesus, um
homem frágil que fracassa e é assassinado.
Só depois de morto e ressuscitado é
que ele é convertido em rei do universo, juiz todo-poderoso, sentado no seu
trono de glória.
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