segunda-feira, outubro 27, 2014

Teologia da

Prosperidade

(ou, com papas e bolos

 se enganam os tolos)








A Teologia da Prosperidade está muito em voga entre as Igrejas Neo-Pentecostes e Neo-Carismáticas evangélicas.

De acordo com esta Teologia a prosperidade económica e o êxito, especialmente nos negócios, é um sinal exterior evidente da bênção de Deus. Esta mensagem, comum aos pregadores de televisão dos E.U.A. a partir dos anos sessenta, foi transplantada para a América Latina a partir dos anos 80.

No seu livro “Os Banqueiros de Deus”, o pastor baptista peruano, Martin Ocana, faz a apologia da prosperidade considerando que ela constitui uma forma de avaliar se uma sociedade é cristã ou não, como no caso dos E.U.

Lendo a Bíblia fora do contexto, os teólogos da prosperidade espalham ideias tão disparatadas e mirabolantes como estas:


 - O pecado de Adão foi o de ter contribuído para baixar a produtividade da humanidade;

-  José da Nazaré, pai de Jesus, era um empresário do ramo das madeiras;

-  Jesus rodeou-se de amigos e senhoras ricas e tinha tanto dinheiro que necessitou de um tesoureiro;

-  Os discípulos de Jesus eram empresários da pesca;

-  Nunca foi da vontade de Jesus que um cristão fosse pobre.

Estas pessoas convenceram os seus fiéis de que “quanto mais dessem mais receberiam”: “serão abençoados na medida em que entreguem os dízimos aos pastores e esmolas aos templos”.

A IURD, Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo Bezerra, em 1977, conseguiu desta forma enormes recursos financeiros construindo templos gigantescos espalhando-se por todos os países da América Latina e muitos outros do resto do mundo transformando cinemas em Igrejas.

A IURD declara-se cristã, evangélica e pentecostal mas todas as organizações evangélicas recusaram aceitá-la como tal.

Trata-se apenas de um fabuloso negócio fraudulento em que caem pessoas incautas, necessitadas e desesperadas vivendo crises económicas e emocionais, atraídas por expectativas ilusórias e conduzidas a um fanatismo irracional.

A Teologia da Prosperidade é completamente oposta ao que foi a vida de Jesus: um fracasso económico e político terminando com a sua morte violenta.

A vida de Jesus não aparece vinculada nem ao êxito nem ao poder mas sim ao amor e ao compromisso com a justiça. A ideia de um Deus todo-poderoso e triunfador muda radicalmente com Jesus, um homem frágil que fracassa e é assassinado.

Só depois de morto e ressuscitado é que ele é convertido em rei do universo, juiz todo-poderoso, sentado no seu trono de glória. 

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