terça-feira, dezembro 23, 2014

O que aí vem...










O Natal está à porta e o Novo Ano vem logo a seguir deixando para trás de si um Velho Ano de extraordinários e impensáveis acontecimentos neste nosso Portugal.

Iremos perguntar, depois de tudo o que aconteceu em 2014, o que nos reserva o 2015. Para já é um ano de eleições e nós temos experiencia de que eles são de enganosas facilidades para a caça ao voto num processo em que já todos devíamos estar calejados.

Se tivermos um petróleo a preços invulgarmente baixos por muito mais tempo talvez haja margem para umas “flores”mas é um mercado tão volátil como a própria gasolina pelo que nada nos garante que não seja “sol de pouca dura”... mas “enquanto o pau vai e vem folgam as costas”.

O país viu-se livre, neste ano que está a acabar, da troyka numa saída anunciada seguida de visitas periódicas para nos dizer que perdemos o fôlego nos sacrifícios, e que as reformas do Estado continuam a aguardar, e que lhes pareceu muito mal aquela coisa de termos subido o salário mínimo... gaita que já começa a ser perseguição!

Quem saiu também com estrondo e sem se fazer anunciar foi a família Espírito Santo que se revelou uma cambada de parasitas que recebiam milhões só por serem da família sugando o país, já de si espremido até ao tutano, de uma maneira perfeitamente criminosa.

O Novo Banco apagou o nome proscrito e aguarda um novo dono que pior do que o anterior não poderá ser... e a vida continua num país mais arejado, saudável e com mais oportunidades para todos.

O que se segue são os casos de justiça de que os portugueses vão acabar por se cansar porque se sabe quando começam mas não quando terminam e a pergunta que agora fazem é:

 - Terá Ricardo Salgado dinheiro suficiente para fugir à cadeia agora que ficou isolado com todo o resto da família e por quem trabalhou com ele a apontar-lhe o dedo acusador como único responsável por tudo quanto aconteceu?

E o Sócrates será culpado?

Realmente, em ano de eleições, ele foi a prenda colocada no sapatinho de Passos Coelho mas ainda não reflectida nas últimas sondagens para as legislativas do próximo ano.

António Costa tenta passar incólume: “política é política, justiça é justiça - diz ele -  mas para não desagradar aos “gregos” já anunciou que vai visitar o amigo na prisão em Évora, como lhe pertence.

A coligação faz-se de forte e Passos Coelho até já diz que não precisa do Paulo Portas para ganhar as eleições porque está fiado na sua estratégia de amedrontamento dos portugueses com a “política despesista da tralha socrática” que levou o país à banca rota e foi responsável por todos os sacrifícios que ele, em missão patriótica, teve de levar a cabo...

Mas Passos Coelho, embora tenha herdado uma situação difícil para a qual também contribuiu, não esteve á altura porque lhe falta dimensão política, por muitas poses que adopte.

O seu clímax, jamais o esqueceremos, foi a célebre T.S.U. – Taxa Social Única – em que os trabalhadores portugueses suportariam sozinhos a totalidade dos descontos para a Segurança Social que é, como para todos é evidente, repartida por empregados e empregadores... e o país ia vindo abaixo.

As pessoas saíram à rua numa manifestação que não se via desde o 25 de Abril, não com palavras de ordem de sindicalistas à frente de braço dado desfilando. Não, foi uma manifestação silenciosa, de ódio, desprezo, raiva contida por um político que comentaria a medida desplicentemente, à saída de um espectáculo de homenagem ao Paulo de Carvalho em que também fez coro a cantar a Nini, ele, que esteve para ser cantor...

Espero que os meus concidadãos nas próximas eleições de Outubro não esqueçam o que então sentiram nessa manifestação.
     

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