sábado, janeiro 24, 2015

Mário Draghi
O Sr. Mário Draghi




















Mário Draghi é o Presidente do Banco Central Europeu e aquele que mais influencia as decisões que têm a ver com dinheiro, como é natural.

Neste aspecto, os europeus esperam mais dele do que de Junkers, o luxemburguês Presidente da Comissão Executiva, para ajudar a resolver esta situação de crise face ao impasse em que se encontra a economia.

As expectativas de crescimento económico continuam a baixar relativamente às que recentemente foram feitas, especialmente nos países periféricos onde se encontra Portugal e assim, derrapa o desemprego, a qualidade de vida e o afastamento dos partidos tradicionais incapazes de solucionar a situação.

Vai daqui, o Sr. Mário Draghi, que sente a responsabilidade do seu cargo e, provavelmente, já está farto de obedecer á Srª Merkel e aos partidos que a suportam, resolveu fazer aquilo que há 2 ou 3 anos atrás era desejado mas que estava completamente de parte:

 - Comprar Dívida Soberana aos países endividados para que mais dinheiro possa ser injectado na economia.

E foi exactamente o que o Sr. Draghi fez num volume muito superior ao que se esperava. Isto foi possível porque as instituições europeias, recentemente eleitas, têm vindo a ganhar força e começam a querer equilibrar a força da Alemanha porque, apesar de tudo, as regras de funcionamento são democráticas.

A Alemanha vai votar contra e conseguiu garantir que, se as coisas correrem mal, ela fica fora do prejuízo. Ou seja, a solidariedade que deveria ser o cimento da coesão europeia continua defraudada.

Os alemães não conseguem libertar-se do trauma da inflação que noutros tempos atingiu o marco, de tal forma que, diziam, se forrava paredes com ele. Sabe-se que esta situação conduziu à ascensão do Hitler e à 2ª G.G.M.

Estes receios são compreensíveis mas também há outra explicação mais próxima e comezinha: a Alemanha é o país mais exportador da Europa e quer continuar a vender os seus produtos e receber em troca um euro forte e valorizado.

Ainda não sabemos como irá ser esta “história” da compra da Dívida Soberana e se a nossa irá ser contemplada, como também não sabemos o que vai o Syriza fazer se ganhar as eleições como se espera.

Alexis Tsipras, o seu líder, fala em renegociar, não só a sua dívida, isoladamente, mas a europeia no seu conjunto, mas os países do Norte da Europa não vão aceitar pagar, de um dia para o outro, a dívida dos países do Sul.

 Se houvesse perdão de dívida, dizem os credores, não haveria mais reformas e o problema era apenas empurrado com a barriga, pois assim garantia-se a manutenção de modelos de sociedade fracassados.

Mas, se a situação dos europeus dos países do Sul chegou ao que chegou sem reformas, assim eles dizem, como seria então com reformas, ou mais reformas que, inevitavelmente, se iriam abater sobre os contribuintes?

Mas, sabendo já que Mário Draghi vai comprar Dívida Soberana, será que o dinheiro virá mesmo para o bolso das pessoas de forma a estimular o consumo e daí a economia?

Eu já li opiniões de quem tem dúvidas sobre esse desfecho, desconfiando do papel dos bancos nesse processo e sugerindo mesmo que o Banco Central entregasse um cheque de 5.000 euros a cada cidadão activo da Europa... -  “helicopter Money”-  o que diz bem do grau de desconfiança que hoje existe sobre os “descaminhos” dos dinheiros quando ele entra nos bancos.

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