Schauble - o polícia mau. |
Wolfgang Schauble
- O “Polícia Mau” da Europa
As
promessas do Cirysa ao povo grego eram perfeitamente inconciliáveis com a
continuação da Grécia na zona euro e mesmo como ponto de partida para uma
negociação desigual revelaram-se manifestamente exageradas e, no entanto... foi
bom que as tivessem feito.
Ficamos a saber melhor quem é quem e daqui para a frente, esperemos o resultado das eleições que estão aí para vir..., a discussão ficou mais aberta para a Europa porque o Cirysa, mesmo com muito pouco ganho de causa, faltou ao respeito à toyka e aos alemães.
Ficamos a saber melhor quem é quem e daqui para a frente, esperemos o resultado das eleições que estão aí para vir..., a discussão ficou mais aberta para a Europa porque o Cirysa, mesmo com muito pouco ganho de causa, faltou ao respeito à toyka e aos alemães.
Miguel Sousa Tavares, hoje, no Expresso, emite a seguinte opinião:
- “
Cedeu
em tudo, mesmo naqui lo que sabia e
havia dito que era imoral e ineficaz. Cedeu 90%, 05%, 98% de tudo o que levava
para propor. Mas não chegou ainda: Schauble, o verdadeiro senhor todo- poderoso
da EU (manda em Merkel e no governo alemão, no Bundesbank, no BCE e na Comissão
Europeia), exigiu tudo.
Exigiu,
não apenas a capitulação mas também a humilhação. Não por razões económico financeiras,
não porque os contribuintes alemães – que ele tanto invoca e que só têm ganho
com a dívida grega – o exigissem, mas para marcar posição: para que todos
saibam quem manda na Europa e para que mais ninguém se atreva a desafiá-lo.
Schaubel
é uma personagem condenada à história. Da sua cadeira de rodas ele não vê de
perto os milhares, milhões de mutilados que a receita da troika causou em países
como Portugal e a Grécia.
Ele
não está no aeroporto de Atenas ou no de Lisboa a ver partir para o exílio toda
uma geração de jovens a quem o seu país não tem futuro para dar (mas cujos
engenheiros, formados com o dinheiro dos contribuintes portugueses, a chancelerina
Merkel, de visita a Portugal, declarou aceitar “generosamente” receber na
Alemanha).
E
quando o Ministro alemão, numa operação mútua de marketing, se reúne com a
nossa sorridente ministra das Finanças e proclama que o exemplo português é a
prova de que a receita da troyka funciona, omite dizer que ela nos custou 6,5% do PIB, 400.000 novos desempregados e 300.000
emigrantes, que nos fez vender em saldos e para estrangeiros todas as empresas
estratégicas em que tanto havíamos investido em décadas e que, no final de todo
esse brilhante “ajustamento” a dívida pública passou de 90% para 130% do PIB.
E
também não revela aos contribuintes alemães que o grosso do empréstimo à Grécia
serviu para salvar o investimento da banca alemã na venda de submarinos e
outros luxos aos gregos, e quanto é que a Alemanha já facturou em juros aos
gregos e aos portugueses.
Schauble
representa o país que mais ganhou com o fim da Guerra Fria, o “motor europeu”,
o exemplo máximo da competitividade, o país que fabrica os melhores carros do
mundo e outras coisas que tais.
Ninguém
pode negar os méritos que a Alemanha tem na situação invejável que é a sua,
como ninguém pode negar os erros e vícios próprios que conduziram outros à
situação deplorável em que se encontram.
A
prazo, a política de Schauble vai prejudicar a Alemanha e destruir a Europa (mais
uma vez...).
A
atitude actual da Alemanha relativamente à Grécia – e que, para vergonha de
todos, é a política da EU, socialistas incluídos – não é ditada por nenhum
pensamento racional, mas apenas por um desejo de punição e humilhação. Que não é
digna da Alemanha e que pronuncia o fim da ideia da Europa, mais tarde ou mais
cedo."
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