segunda-feira, abril 27, 2015

O Sr. Thomas Piketly














Este Sr. Thomas Piketty, francês, escreveu um livro denominado “o Capital no Sec. XXI” que já vendeu quase 2 milhões de exemplares e o que disse ele, num livro técnico, a suscitar tanta curiosidade?

- Uma coisa que eu e muita gente suspeitava estar a acontecer principalmente com a globalização, livre circulação de capitais, de empresas e de negócios à escala mundial.

- Está criada uma dinâmica, que parece vir já muito de trás, para um aumento progressivo da concentração da riqueza e, consequentemente, das desigualdades sociais.

Perante este aumento do poder do capital, podemos dizer, “à bruta”, que estamos cada vez mais nas mãos dos ricos ou dos muito ricos. São eles que estão nas origens das crises, que as criam de forma irresponsável, mesmo criminosa, sempre ao sabor dos seus interesses.

O resto do pessoal, ficará com as sobras dos seus caprichos e das suas estratégias de cada vez maior enriquecimento.

O que é que diz Thomas Piketty, preto no branco, textualmente:

- “Há uma tendência natural para que os rendimentos do capital sejam constantemente superiores aos do próprio crescimento da economia e, da análise estatística da evolução desses rendimentos, foi sempre assim desde o Sec. XVIII até aos dias de hoje, ao contrário de uma outra teoria de Simon Kuznets, de 1953-55, que afirmava haver uma tendência progressiva para a diminuição das desigualdades.

Portanto, a riqueza hoje está mais concentrada do que estava no tempo do capitalismo selvagem e são os Estados e a Democracia que poderão fazer alguma coisa para parar esta tendência... se forem capazes.

Claro que se pode estabelecer um imposto sobre a riqueza ou as grandes fortunas, a ideia é velha e tem vindo a ser defendida por partidos de esquerda mas eu pergunto, então, porque não foi posta ainda em prática?

- Simplesmente porque o poder democrático não tem força para tal como, igualmente, não teve para acabar com os “ paraísos fiscais” de que tanto se falou depois da falência do Lehman Brother em 2008. A conclusão foi a de que ou se acabavam com todos ou continuavam todos...

Os detentores do Capital têm uma capacidade de entendimento entre si que os Estados na democracia não possuem, talvez porque não são mundos estanques, há demasiada cumplicidade entre eles.

A Lei no Estados democráticos regula a economia, as finanças e a actividade bancária mas mesmo assim não consegue fazer a redistribuição dos excessos de fortuna de forma a evitar as constantes e progressivas desigualdades sociais.

Por alguma razão muito forte isto acontece desde o Sec. XVIII e o Prof. Universitário Viriato Soromenho Marques comenta:

- Se não existir uma política pública de combate à desigualdade esta vai tender a intensificar-se.

Hoje, 27, o Sr. Piketly, vai falar à Gulbenkian e eu gostaria de lhe perguntar se esta tendência for imparável quais serão as consequências sociais no futuro da humanidade.

É sintomático que os líderes partidários, com excepção dos de esquerda, não tenham dado nenhuma resposta sobre as ideias do Sr. Piketly quando solicitados pelos jornalistas.

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