sexta-feira, junho 19, 2015

As Sondagens

de Hoje












O Bloco de Esquerda com a Mariana Mortágua e a Catarina Martins, assim, de um instante para o outro, com as suas intervenções contundentes e assertivas, “roubaram” 4% das intenções de voto ao PS.

A Coligação, daqui até às eleições, será sempre a subir, pouco, mas subir porque os dados da economia e do emprego vão ajudar e os “rebuçados”, próprios das campanhas eleitorais já aí estão sob a forma de milhões para clonoscopias e formação profissional e outros virão até Outubro... nada de verdadeiramente novo.

As sondagens “chamam” de mentiroso a Passos Coelho 71% (29% para Costa) mas os portugueses não se importam muito com isso... os políticos sempre foram mentirosos. Por aí, Passos Coelho, não corre grande perigo, como se vê.

Aquele programa macro-económico de Mário Centeno não passa facilmente para os votantes nos discursos do PS e a ideia de ir buscar dinheiro aos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social não foi bem compreendida e assustou o pessoal.

A própria Maria do Rosário Gama, Presidente da APRE (Associação dos Aposentados Pensionista e Reformados) não gostou nada e na qualidade de militante do PS votou contra ela no programa do partido.

Não é fácil ser-se da oposição com margens tão estreitas de governação em que o futuro está mais nas mãos dos outros do que na nossa, enorme campo de incertezas.

O despesismo e a banca-rota de Sócrates continuam a ser arma de arremesso e o homem que continua mantido na prisão, justa ou injustamente, é uma sombra para António Costa de quem este foi Ministro.

Insidiosamente, Passos Coelho e a sua equipa, continuam a tirar partido desse passado recente e a explorar o medo que os mais desfavorecidos, velhos e pobres, incluindo os que foram da classe média, naturalmente sentem por poderem ainda ficar piores com a “tralha socialista” como lhes chamam.

Passos Coelho é prático e pragmático, sabe onde é que dói e ao privatizar tudo e mais alguma coisa, entregando a exploração de empresas públicas de transportes, comandadas por sindicatos poderosos e Conselhos de Administração recheados de ex-políticos ou de amigos, que se fazem transportar em carros topo de gama pagos, já se vê, com o dinheiro de todos nós pois, necessariamente, essas empresas dão prejuízo porque prestam serviço social, sabe que vai ao encontro do descontentamento de muitos utentes, portadores de Passes Pré- Pagos,  e que são constantemente atingidos nos seus interesses.

Ah!, mas então e a reprovação dos eleitores na sondagem ao actual governo, 63% entre mau e muito mau?

A estes números os homens da equipa de Passos Coelho afivelam no rosto um sorriso de humilde e fingida compreensão e explicam que governar um país debaixo da troika, a seguir a uma banca-rota, da responsabilidade do PS, dificilmente se conseguiria ter feito melhor.  

Que esta história está mal contada pouco interessa, a política é mentirosa e manipulável e para muitos dos que vão votar ela tem resquícios de verdade e isso é que interessa.

Costa não tem ninguém de verdadeiramente novo, cativante, atraente e credível na sua equipe, que dê a cara ou então ainda não apareceram. Mário Centeno como político dificilmente convence. Só levará atrás de si aqueles que já lá estão e mesmo esses, como é o caso da presidente da APRE, pessoa influente, foi o que se viu, e Ferro Rodrigues fala como se tivesse a boca cheia de favas a ler papeis perdendo sistematicamente qualquer debate com Passos Coelho na Assembleia da República.

Sem o estatuto e o histórico de Ferro Rodrigues, António Costa teria arranjado melhor.

O segredo talvez esteja no pós eleições pois não haverá maiorias absolutas, ganhe quem ganhar, e a grande capacidade de negociação já comprovada de António Costa é um trunfo dos socialistas.

À esquerda do PS temos, neste momento, 18% de intenções de voto, enquanto à direita da Coligação temos o Marinho e Pinto que fará alianças até com o diabo, como ele mesmo admite.

A comunicação do PS tem de melhorar. Alguém com o perfil adequado tem de perguntar aos eleitores, olhos nos olhos:

 - Quem foi o principal obreiro do Serviço Nacional de Saúde?

 - Quem foi o principal obreiro da escola pública para todos?

 - Quem foi o principal obreiro da Segurança Social?

- Quem criou o Rendimento Mínimo Garantido?

- Quem generalizou a educação pré-escolar?

 - Quem criou uma política de ciência progressiva no país?

Tudo isto e muito mais deve ser perguntado com serenidade e convicção, mas olhos nos olhos, aos eleitores portugueses.

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