terça-feira, junho 23, 2015

Termópilas, 2500 anos depois... Todos contra ela.
A Saga da Grécia







  









A saga da Grécia continua... mas aproxima-se do fim. Toda a Europa respirou aliviada, as Bolsas respiraram aliviadas e os gregos, conformados, terão também respirado aliviados.

Estes gregos já não são os espartanos que combateram os persas na proporção de 1 para 50 na batalha de Termópilas, 480 anos A.C.

Estes, não morrem pela sua terra e embora Tsipras e Varoufakis se tenham batido galhardamente imitando em coragem o célebre rei Leónidas que caiu em combate, não tiveram, como ele teve, a entrega incondicional da sua gente que muito claramente lhes disse quererem continuar a pertencer à zona Euro.

A heroicidade faz-se de decisões que roçam o suicídio mas o povo grego, consciente de que muitos dos seus estavam fortemente implicados na situação a que se chegou e eles próprios, por falhas graves na governança, também estavam envolvidos, reafirmaram esmagadoramente quererem continuar a pertencer ao Euro.

A escolha fez-se e os persas, perdão, os alemães com os europeus atrás, por arrastamento, com a vida facilitada só tiveram que reafirmar: “as regras são estas”.

Continuando no euro, os gregos já sabem o que os espera, saindo, não sabiam o que os esperava.

Os espartanos que combateram em Termópilas tinham uma preparação, desde pequeninos, para a luta. Desenvolveram por isso qualidades excepcionais. Para eles, regressar ao marco, treinados que estavam para uma vida frugal, teria sido uma “pêra doce” e para esta Europa, egoísta e interesseira, uma terrível e perigosa lição.

Mas os gregos dos dias de hoje já não dão lições ao mundo, estão carregados de vícios, arrastados por erros de governo que os tornaram cúmplices, limitam-se a protestar, alto e bom som contra a austeridade e por toda a razão que se lhes assista, sendo bom, é insuficiente e inconsequente.

Não sabemos se alguma coisa vai ficar melhor ao fim destes 4 meses de negociações infrutíferas mas, para além da agitação das águas que tem a utilidade de as oxigenar, a vida irá continuar na mesma senda.

A Grécia actual é inviável, a Europa, como está, inviável é mas, tal como na natureza, a sociedade precisa de tempo, de mais tempo, que irá inevitavelmente acarretar progressivamente alterações que se a sorte ajudar talvez possam vir a melhorar progressivamente este projecto de Europa que, pela sua ousadia,  mereceria ser contemplado pelos deuses.

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