Um Camões sofrido como o país |
Dia de
Portugal e das
Comunidades
Este
é o dia em que o meu país faz anos. Os portugueses descansam,
descontraem, passeiam com os filhos e os netos e o Presidente discursa mas,
sinceramente, deste Presidente já nada me interessa... apenas anseio que se vá
embora e nos liberte da sua presença cinzenta, amorfa, bafienta e manhosa.
Neste
dia podíamos recordar coisas boas que fizemos ao longo do nosso percurso de país
e ainda há dias recordei aqui, no Memórias Futuras, uma dessas coisas ao referir-me à reconstrução da
cidade de Lisboa devastada pelo terramoto de 1755 e que hoje, 260 anos depois,
lavada que fosse a fachada de muitos prédios da Baixa, aí está para encantar
com a sua admirável luz a reflectir o céu e o mar do estuário do Tejo que lhe
serve de ante-câmara, todos quantos nos visitam.
Mas
o meu pensamento vai para as Comunidades de Portugueses espalhados por esse
mundo fora e que nunca esquecem a sua terra natal, seja ela uma cidade deste
Portugal ou uma pequenina aldeia escondida em algum local recôndito do interior.
O
nosso 1º Ministro com o seu sorriso cínico e desdenhoso continua a desafiar os
jornalistas para vasculharem nos arqui vos
as afirmações em que ele mandou os seus concidadãos emigrarem.
Em
Outubro de 2011, Alexandre Mestre, Secretário de Estado de Passos, convidou os
jovens a emigrar. Dois meses depois, o próprio Passos propôs a professores
desempregados que emigrassem e tudo isso está gravado.
No
ano seguinte, 2012, os portugueses emigraram mais do que em 1966, a quando do pico da
emigração para França.
Sempre
os nossos compatriotas emigraram: pais, avós, bisavós e por aí fora. Estão no
Brasil, no Canadá, nos EUA, em França, Inglaterra, por todos os países do
mundo. A emigração está, portanto, no nosso ADN, partir é um direito que nos
assiste e se nos vamos embora é porque somos livres de tomar as nossas decisões
em momentos adversos da vida.
Sabemos
disto pelo passado histórico, recente e actual. Tem sido uma constante do nosso
percurso como comunidade com mais de oito séculos de existência.
Vir
agora um governante, por todas as justificações deste mundo que ele possa
apresentar, convidar-nos a emigrar, afastarmo-nos das nossas raízes e das
nossas famílias, é um “insulto”, como lhe chama Ferreira Fernandes, um dos
nossos melhores jornalistas.
A
obrigação de um governante é criar condições para que todos os portugueses
possam viver e trabalhar na sua terra, anunciar-lhes alternativas, e se eles
tomarem a liberdade de partir, peçam-lhes desculpa, expressem a sua mágoa e não
sorrisos cínicos de políticos medíocres.
O
conselho para emigrar vindo da boca de um 1º Ministro é um insulto, chama-lhe
Ferreira Fernandes e chamo eu e não estaremos de certeza sós.
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