quarta-feira, junho 10, 2015

Um Camões sofrido como o país
Dia de Portugal e das 

Comunidades















Este é o dia em que o meu país faz anos. Os portugueses descansam, descontraem, passeiam com os filhos e os netos e o Presidente discursa mas, sinceramente, deste Presidente já nada me interessa... apenas anseio que se vá embora e nos liberte da sua presença cinzenta, amorfa, bafienta e manhosa.

Neste dia podíamos recordar coisas boas que fizemos ao longo do nosso percurso de país e ainda há dias recordei aqui, no Memórias Futuras, uma dessas coisas ao referir-me à reconstrução da cidade de Lisboa devastada pelo terramoto de 1755 e que hoje, 260 anos depois, lavada que fosse a fachada de muitos prédios da Baixa, aí está para encantar com a sua admirável luz a reflectir o céu e o mar do estuário do Tejo que lhe serve de ante-câmara, todos quantos nos visitam.

Mas o meu pensamento vai para as Comunidades de Portugueses espalhados por esse mundo fora e que nunca esquecem a sua terra natal, seja ela uma cidade deste Portugal ou uma pequenina aldeia escondida em algum local recôndito do interior.

O nosso 1º Ministro com o seu sorriso cínico e desdenhoso continua a desafiar os jornalistas para vasculharem nos arquivos as afirmações em que ele mandou os seus concidadãos emigrarem.

Em Outubro de 2011, Alexandre Mestre, Secretário de Estado de Passos, convidou os jovens a emigrar. Dois meses depois, o próprio Passos propôs a professores desempregados que emigrassem e tudo isso está gravado.

No ano seguinte, 2012, os portugueses emigraram mais do que em 1966, a quando do pico da emigração para França.

Sempre os nossos compatriotas emigraram: pais, avós, bisavós e por aí fora. Estão no Brasil, no Canadá, nos EUA, em França, Inglaterra, por todos os países do mundo. A emigração está, portanto, no nosso ADN, partir é um direito que nos assiste e se nos vamos embora é porque somos livres de tomar as nossas decisões em momentos adversos da vida.

Sabemos disto pelo passado histórico, recente e actual. Tem sido uma constante do nosso percurso como comunidade com mais de oito séculos de existência.

Vir agora um governante, por todas as justificações deste mundo que ele possa apresentar, convidar-nos a emigrar, afastarmo-nos das nossas raízes e das nossas famílias, é um “insulto”, como lhe chama Ferreira Fernandes, um dos nossos melhores jornalistas.

A obrigação de um governante é criar condições para que todos os portugueses possam viver e trabalhar na sua terra, anunciar-lhes alternativas, e se eles tomarem a liberdade de partir, peçam-lhes desculpa, expressem a sua mágoa e não sorrisos cínicos de políticos medíocres.

O conselho para emigrar vindo da boca de um 1º Ministro é um insulto, chama-lhe Ferreira Fernandes e chamo eu e não estaremos de certeza sós.

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