segunda-feira, julho 13, 2015

Aqui ainda era gordo mas já gostava de apontar o dedo.
Deputado Paulo 


Rangel

















Foi-me muito penoso ouvir hoje o deputado Paulo Rangel no Parlamento Europeu vociferar contra o representante da Grécia gritando-lhe as medidas governativas que o governo dele deveria ter tomado e não tomou.

Se ele tinha ou não razão, francamente, foi aquilo que menos me interessou porque há momentos em que o estilo sobreleva a importância do conteúdo das palavras.

Este senhor não é político, é advogado, quando muito um parlamentar com jeito para argumentar e contra-argumentar e arengar contra ou a favor consoante o cliente que, neste caso, é a direita europeia, os países ricos, nórdicos, liderados pelo Sr. Shaueble.

O Dr. Paulo Rangel decidiu mudar-se para o clube dos ricos sem perceber que há uma ruptura na Europa que já vem de trás e está a acentuar-se.

Ouvindo-o ontem, naquele estilo agressivo, quase feroz, braço erguido, dedo apontado, e fechando os olhos, pareceu-me ver um homem alto, louro, de olhos verdes, finlandês ou alemão e não aquela pequena figura característica dos povos mediterrâneos.

Há uma orla de países no Sul da Europa que “tendo sido obrigados” a aceitar uma moeda que não reflecte o estado das suas economias por ser demasiado forte e, por isso, dificultar imenso o desenvolvimento com base nas exportações, vêm a sua competitividade comprometida, as suas empresas em dificuldades, especialmente as pequenas e médias que, tendo falido, lançaram milhares de trabalhadores no desemprego.

Esta crise, resultante do desemprego, leva à emigração forçada e ao esvaziamento do país de uma força de trabalho, a mais jovem e bem preparada, o que nos empobrece.

Mas isto, que radica na política de austeridade imposta pela Alemanha, da qual o advogado Paulo Rangel é aliado, não lhe interessa.

Importante, sim, para ele, é utilizar a tribuna do Parlamento europeu para “bater” na Grécia, aquela mesma Grécia, que os alemães querem ver fora da Europa porque, através de um governo de esquerda, ousou discordar dela.

Os representantes dos povos têm os seus diferendos e desacordos na defesa dos seus interesses mas têm obrigação de se respeitarem e, acima de tudo, não humilharem aqueles que, de momento, estão na mó de baixo.

Isso aconteceu depois da 1ª G.G. Mundial com a Alemanha por parte das potências vitoriosas e o resultado foi, poucos anos depois, uma nova grande guerra.

Ao contrário, os países ganhadores da 2ª G.G. Mundial, ajudaram a Alemanha derrotada com um Plano Marshal e o desfecho tem sido um longo período de paz e prosperidade.

Esqueçamos, pois, esse senhor pequenino, que se sente bem a acusar e a humilhar o representante do governo grego esquecendo que representa um país que tem uma dívida de 130% do PIB considerada já impagável...

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