Que se lixem as eleições...

Que se lixem

as eleições...

Esta frase, pronunciada por Passos Coelho, ficou no ouvido dos portugueses como a expressão máxima do desprendimento pelo poder político a favor dos interesses do país.

Impressionar os eleitores é, digamos com toda a sinceridade, o segredo e grande mérito deste jovem político de boa presença e voz bem colocada.

Parece que nasceu mesmo para aquilo e eu não estou a ver que a direita em Portugal venha a ter, nos próximos tempos, outro líder político.

Ele pressente aquilo que os portugueses gostam de ouvir, numa linha dura quando entende que ela pode ser dura, porque a dureza também é entusiasmante, ou num discurso macio e dolicodoce de encantar meninos e embevecer velhinhos... um verdadeiro artista!

Não sua quando fala, seja em que situação for e o que lhe falta em verdade sobra-lhe em convicção.

Às vezes recorda-me o meu falecido irmão que mentia tão convictamente que acreditava nas suas próprias mentiras.

Passos Coelho é frio e orientado nas mentiras pronunciadas em tom de representação de peça perfeitamente ensaiada.

... Quando precisa de ganhar eleições ensaia a expressão de escandalizado aos microfones da TV de "que jamais cortaria as pensões e baixaria os salários"... e com isso ganhou as eleições.

De seguida, logo que tomou posse, lá foi o subsídio da Natal dos funcionários públicos, e continuou por aí fora com cortes de pensões, salários, subsídios e só não foi mais longe porque o Tribunal Constitucional o travou.

Confrontado com as promessas enganosas põe aquela cara séria, de vítima inocente, e com a candura dos anjos diz que não fazia ideia que a situação era tão má... só por isso!

Agora, em véspera de novas eleições, aí o temos no registo dolicodoce, com medidas atrás de medidas que jorram como água pura, milagrosamente, dos noticiários da televisão, incluindo revisões nos dados do desemprego em Maio, de menos 0,8%,(cerca de 50.000 pessoas "desaparecidas"), coisa nunca vista em revisões do Instituto de Estatística de meses anteriores... deliberadamente esquecido de que "se lixem as eleições"!

Cortes de 600 milhões nas pensões, "obrigatória e urgentemente"? ... - Quem falou nisso? - Foi apenas uma pequena mentira para Bruxelas ver...

Este homem, dadas as suas enormes capacidades de simulação - não se esqueçam que "ele é de Massamá, é como nós, não é da linha do Estoril" - como ele próprio gosta de chamar a atenção - é um forte candidato a ganhar as próximas eleições e a fazer esquecer o 25 de Abril. Nenhum outro político se lhe equipara em Portugal.

 - António Costa?

É um político honesto e dificilmente vai conseguir resistir à "banca rota", "ao despesismo socialista" e ao Sócrates na prisão, que lhe irão ser constantemente atirados à cara como se não tivessem passado 4 anos e meio e uma eleição.

Para Passos, tudo de mau, de então para cá e no futuro, terá sempre a mesma origem: -  " O socratismo" fazendo lembrar a Manuela Moura Guedes...

Passos Coelho é suficientemente velhaco para esquecer isso e meter medo aos portugueses, medo, que irá ser a sua grande arma de arremesso contra uma população envelhecida, esquecida e medrosa...