sábado, outubro 24, 2015

O Presidente

Que

Não é Certo
















O Presidente Cavaco, nos seus discursos, diz tudo e o seu contrário para que um dia mais tarde possa sempre afirmar, sem correr o risco de se enganar, que...  “eu bem disse”, “eu bem avisei”!

Não, que ele não tenha um rumo, um destino, um sentido, se fosse uma viatura iria aos zig – zags provocando transtornos no trânsito, suscitando comentários do tipo: “o que deu àquele gajo?”... “a final o que é que ele quer?”...

O meu jornalista predilecto, o Ferreira Fernandes do DN, escrevia hoje, que quando Cavaco, no Palácio de Belém, pede um simples café lança a confusão nas suas hostes porque ninguém entende bem o que ele quer:

 - “O empregado da copa começa por não entender o que foi pedido; o chefe da Casa Civil, Nunes Liberato, aconselha calma e pondera que talvez o Presidente não tenha pedido nada.

A Assessora das Relações Internacionais divaga não se querendo comprometer, talvez seja qualquer coisa relacionada com Timor, talvez com a Colômbia. Nuno Sampaio, dos Assuntos Políticos, considera que o momento não é para estimulantes, mais valia camomila...”

O Consultor Fernando Lima faz um sorriso de quem entendeu tudo mas não diz nada, próprio de quem já não é ouvido e pensa: no meu tempo eu não deveria ter dúvidas de que ele pediu um café, mas também sei que se a coisa desse para o torto ele negava. 

Jorge Portugal, Consultor para a Inovação, hesita, mas acaba por ousar: eu por mim trazia-lhe um "negroni" que é o cocktail da moda.

José Carlos Vieira da Assessoria para a Comunicação Social, de memória toma nota de todas as interpretações, sendo certo que fará um Comunicado assaz vago, e Assessora do Gabinete do Cônjuge, Margarida Mealha, depois de um telefonema, sussurra para o empregado: um café mas não traga açúcar...”



Cavaco é um homem desadequado da sua época e dos tempos em que viveu. Por isso, viu-se obrigado a lançar uma confusão entre os seus concidadãos que estão pensando que ele é uma “coisa”, uns, e os restantes, que ele é outra e todos, por razões diferentes lhe foram dando os votos para ele se manter no poder.

Na realidade, tudo não tem passado de uma grande confusão, menos para aqueles que nunca tiveram dúvidas de que, na essência, estava ali um anti-comunista primário e, sobre esse aspecto, dava todas as garantias.

A Direita, ao fim destes dez anos, irá ter muitas saudades deste homem que, sendo o que é, sempre procurou ser outra coisa, dando tranquilidade a todos.

Mas a vida reserva surpresas e o teste verdadeiro, aquele que não admite discursos controversos, estava guardado para o fim.

Irá chegar o momento em que ele terá mesmo que colocar o “preto no branco” para indigitar António Costa para governar Portugal com o apoio dos comunistas e bloquistas, diga ele o que disser, tudo isso e o seu contrário.

Se não o fizer será uma vergonha política a suscitar o "impeachment".

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