Por que é que, na noite de 4 de Outubro, contados os
votos, António Costa não desceu à sala de imprensa e, humildemente, confirmou a
sua derrota e se despediu dos seus camaradas e restantes votantes por esse país
fora, libertando o partido da responsabilidade daqueles resultados dizendo, por
exemplo, qualquer coisa como isto:
- “Esta é, por
certo, a pior derrota do Partido Socialista, a mais decepcionante e inesperada.
Os portugueses não podem ser masoqui stas
e, se depois de tantas mal-feitorias do governo de Passos Coelho, lhe voltam a
dar uma vitória que não sendo absoluta é expressiva, foi porque eu falhei na
mensagem. A culpa só pode ser minha e, por isso, deixo o meu cargo de Secretário
– Geral
Boa - Noite, meus senhores.”
Boa - Noite, meus senhores.”
Por que é que as coisas não se passaram assim?
- Porque António Costa é um político até à última célula
do seu organismo, já o era no momento da sua concepção, continuou a sê-lo
quando nasceu e aos 14 anos, entrou para o Partido Socialista, porque não
tinha outro caminho a seguir na vida.
Mas, o que é ser político? – É ter a capacidade de
explorar até ao limite, através do diálogo e de conversações, todas as soluções
de arranjo político na sociedade, mesmo que elas sejam inéditas, mesmo que
nunca tenham sido prosseguidas, mesmo que envolvam riscos e incertezas.
Naquela noite, depararam-se, ao seu lado esquerdo,
quase 1 milhão de votos, 996.872, concretamente, que mais uma vez não iriam
contar para nada porque estavam fora do Arco da Governação por razões que todos
sabiam de há 40 anos a esta parte. Era, pois, já uma questão de acomodação, mas Costa não concordava com isto.
Em Agosto de 2014 ele dissera: “Nunca aceitei essa expressão de partidos do arco da governação ou que
haja partidos proscritos”.
Na noite de 4 de Outubro estavam criadas as condições,
não para uma despedida pungida, normal com aqueles resultados, mas para que António
Costa ficasse na história da democracia portuguesa como o político que ousa
tentar deitar abaixo o famigerado Arco da Governação.
Tentar fazer isto numa situação de espartilho
financeiro da Europa, a que pertencemos porque é o nosso espaço e debaixo da
vigilância dos credores é... de político!
Por isso, a direita está nervosa e os camaradas de
partido que não partilham da mesma forma de encarar a situação, reagem furiosos.
Costa, dirá sempre que deveria ter tentado o que
tentou. Era preciso abrir a democracia portuguesa, alargá-la a todos, sem que
isso tenha sido uma ideia oportunista de última hora.
Era, pelo contrário, uma ideia genuína, testemunhada por muitos
camaradas seus, enquanto alguns outros o acusam chamando “aqui lo” de “uma barafunda suicidária sem programa nem
destino certo”.
Entretanto, Jerónimo de Sousa, “move-se” e Catarina
Martins “mexe-se”.
- Será que eles vão contribuir com a sua parte para a “barafunda suicidária” de António Costa?
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