sábado, novembro 07, 2015

Eles entenderam-se
Já há acordo















Quem o disse foi António Costa, ontem na televisão, e o derrotado das eleições de 4 de Outubro passado, prepara-se agora para ser o novo 1º Ministro mostrando ao país, que digam o que disserem, os votos dos portugueses elegem deputados que representam partidos e não mais do que isso.

É este o regime político em que vivemos: o poder encontra-se na Assembleia da República, pelos entendimentos que ali se formam entre os partidos representados pelos deputados que são eleitos pelo povo em nome dos seus partidos.

A Constituição, neste aspecto essencial, nunca mudou desde que nos rege, mas aquilo que verdadeiramente ela é, só agora o foi..., e o espanto estampou-se na cara dos portugueses, que não de António Costa, dos poucos a perceber que a vida muda com os tempos, as pessoas evoluem, e quarenta anos são mais do que aqueles que muitos jovens políticos com funções importantes nos seus partidos, possuem de idade.

A direita procura minar o acordo à esquerda mas, resignada, já vai dizendo que Passos Coelho “está pronto para liderar a oposição na Assembleia”, e Nuno Magalhães afirma que “Portas será uma mais-valia no Parlamento.

Francisco Assis, auto-candidato a sucessor de Costa, chefe dos desalinhados do partido socialista contra este acordo à esquerda, contou as espingardas mas promete: “não vou alimentar guerrilhas no PS”.

Parece, assim, que está tudo pronto para começar o momento histórico em Portugal: um governo socialista com apoio maioritário na Assembleia da República do BE e do PCP.

Ficará a faltar a indigitação de António Costa para 1º Ministro que compete ao Presidente da República, que está de saída do seu 2º e último mandato e que seria a última esperança de Passos e Portas se tivesse alguma alternativa... mas não tem e, sendo assim, o que falta serão pró-formas.

Sairá com uma mágoa no coração, ele, que é um homem de direita que nunca mereceu a carreira política que teve, vai sair depois de investir um governo de esquerda com o apoio dos comunistas...

A vida em Portugal vai ganhar aspectos diferentes, mais interessantes e esperançosos, e é completamente falacioso perguntar “se foi isto que o povo quis”.

O povo expressou a sua vontade no momento em que, livremente, no local da urna, em solidão, fez a cruzinha no Boletim de Voto.

Esta é a nossa democracia e... ponto final.

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