quinta-feira, dezembro 03, 2015

A Democracia

que era mitigada





                          
                                               As velinhas da fé................











A democracia no nosso país, relativamente aos nossos parceiros europeus, era mitigada.

Por culpa dos partidos, de uns e de outros.

A partir das últimas eleições legislativas de 4 de Outubro, surpreendentemente, para quase todos nós que estávamos distraídos, a democracia alargou-se, o país distendeu-se, perdeu a vergonha, e agora vamos todos ter que aprender com esta nova situação, que numa primeira fase se estranha e numa segunda, espera-se que se entranhe, como dizia o grande Fernando Pessoa à cerca da Coca-cola.

Os deputados da oposição comportam-se como meninos ricos, birrentos e raivosos para com os miúdos pobrezinhos da rua que lhes tiraram o brinquedo, numa acção perfeitamente imperdoável.

Incapazes de alterar, para já, uma realidade, as cabeças eruditas dos deputados da oposição, ironizam, ridicularizam, troçam, ameaçam, pressagiam infernos de fogo ardente, aterrorizam os portugueses.

... Não é possível que “aquilo” lhes tenha acontecido, a eles, celebrada que fora a vitória e se preparavam para cumprir o seu destino de mandar numa sociedade de raízes tradicionais, católica, provinciana, na qual, o candidato Passos Coelho, fez campanha eleitoral segurando na mão, firmemente, o crucifixo.

... É verdade que 60% dos eleitores recusaram nas urnas as políticas de Passos e a forma como este tratou ao longo de mais de 4 anos, os mais pobres, os velhos, os trabalhadores e os pensionistas, sem uma explicação, acintosamente, sem um pedido de desculpas.

Aquele aspecto de dandy de opereta barata, distante e superior de Passos Coelho, não foi nada apreciado pelos portugueses, surpreendentemente...!

... O povo deveria ter compreendido, e alguns até compreenderam, ou foram levados a isso por um brasileiro que veio da sua terra de propósito para executar uma estratégia de convencimento, de que mandar é assim mesmo, ou já se esqueceram desse grande homem que foi Salazar, e que pouca ou nenhuma confiança passava aos cidadãos, sempre calado, escondido no reduto do seu gabinete, defendendo os interesses dos mais poderosos que lhe pagavam a PIDE, a Censura, a Legião, e a GNR...?

 ... Ah! mas esses tempos eram outros, agora todos têm que ser chamados à governação, participar, porque António Costa descobriu essa coisa nova que se chama de “negociação”.

Desesperados, Passos Coelho, Paulo Portas e seus falcões, esperneiam de todas as maneiras, por todo o lado, e católicos que são, a esta hora, lá em casa, já acenderam todas as velinhas aos santos da predilecção de cada um, para que tudo corra mal e o país se afunde nas profundezas das desgraças e eles saiam em triunfo, levados em ombros pelo povo, vergado ao seu irrecusável encanto e sedução. 

– Ámen...
  

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