A Democracia
que era mitigada
As velinhas da fé................
A
democracia no nosso país, relativamente aos nossos parceiros europeus, era
mitigada.
Por
culpa dos partidos, de uns e de outros.
A
partir das últimas eleições legislativas de 4 de Outubro, surpreendentemente,
para quase todos nós que estávamos distraídos, a democracia alargou-se, o país
distendeu-se, perdeu a vergonha, e agora vamos todos ter que aprender com esta
nova situação, que numa primeira fase se estranha e numa segunda, espera-se que
se entranhe, como dizia o grande Fernando Pessoa à cerca da Coca-cola.
Os
deputados da oposição comportam-se como meninos ricos, birrentos e raivosos para com os
miúdos pobrezinhos da rua que lhes tiraram o brinquedo, numa acção perfeitamente imperdoável.
Incapazes
de alterar, para já, uma realidade, as cabeças eruditas dos deputados da
oposição, ironizam, ridicularizam, troçam, ameaçam, pressagiam infernos de fogo
ardente, aterrorizam os portugueses.
...
Não é possível que “aqui lo” lhes
tenha acontecido, a eles, celebrada que fora a vitória e se preparavam
para cumprir o seu destino de mandar numa sociedade de raízes tradicionais,
católica, provinciana, na qual, o candidato Passos Coelho, fez campanha
eleitoral segurando na mão, firmemente, o crucifixo.
...
É verdade que 60% dos eleitores recusaram nas urnas as políticas de Passos e a
forma como este tratou ao longo de mais de 4 anos, os mais pobres, os velhos, os trabalhadores e os
pensionistas, sem uma explicação, acintosamente, sem um pedido de desculpas.
Aquele
aspecto de dandy de opereta barata, distante e superior de Passos Coelho, não
foi nada apreciado pelos portugueses, surpreendentemente...!
...
O povo deveria ter compreendido, e alguns até compreenderam, ou foram levados a
isso por um brasileiro que veio da sua terra de propósito para executar uma
estratégia de convencimento, de que mandar é assim mesmo, ou já se esqueceram
desse grande homem que foi Salazar, e que pouca ou nenhuma confiança passava
aos cidadãos, sempre calado, escondido no reduto do seu gabinete, defendendo os
interesses dos mais poderosos que lhe pagavam a PIDE, a Censura, a Legião, e a
GNR...?
...
Ah! mas esses tempos eram outros, agora todos têm que ser chamados à
governação, participar, porque António Costa descobriu essa coisa nova que se
chama de “negociação”.
Desesperados,
Passos Coelho, Paulo Portas e seus falcões, esperneiam de todas as maneiras,
por todo o lado, e católicos que são, a esta hora, lá em casa, já acenderam
todas as velinhas aos santos da predilecção de cada um, para que tudo corra mal
e o país se afunde nas profundezas das desgraças e eles saiam em
triunfo, levados em ombros pelo povo, vergado ao seu irrecusável encanto e
sedução.
– Ámen...
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