sexta-feira, janeiro 22, 2016

A festa das campanhas eleitorais
Fim da Campanha

Eleitoral

















Foi com profunda e sentida alegria que recebi na cidade da Beira, em Moçambique, a meio da manhã de 25 de Abril de 74, a notícia da Revolução dos Cravos.

É verdade que fui apanhado em Moçambique e acreditei, inicialmente, na possibilidade de ali poder continuar a trabalhar, pelo menos numa fase de transição, mas não foi possível e a minha vida sofreu uma cambalhota daquelas que nos deixam de pernas para o ar.

A vida não é um negócio permanente e nem sempre as vicissitudes do que acontece na sociedade em que vivemos nos favorecem, independentemente de qualquer juízo de ser bom ou mau, justo ou injusto.

A minha vida recompôs-se e as duas comunidades, portuguesa e moçambicana, seguiram os seus destinos, cada uma por si, mas os laços entre elas foram-se esbatendo com os anos à medida que as pessoas, sujeitas à  lei da morte, deixaram para trás as suas experiências de vida em África contadas em histórias aos filhos e a netos.

Entre nós, depois do ambiente sórdido dos polícias da Pide, do regime de Salazar e Caetano, a democracia veio para ficar e agora, de tantos em tantos anos, fazemos campanhas eleitorais para eleger os nossos governantes e presidentes em eleições livres e democráticas.

Hoje, acaba uma dessas campanhas, chatas, chatas, que se prolongam por demasiado tempo, e que transformam o país numa espécie de feira ambulante em que cada candidato se afadiga a "vender" o seu produto que, no caso concreto, é ele próprio.

E há altifantes, bandeiras, slogans, beijos e abraços e os inevitáveis pedidos do "vote em mim"... uma festa!

Marcelo Rebelo de Sousa prepara-se para ser o próximo Presidente da República... com toda a naturalidade.

Visita da casa dos portugueses, há muitos anos, todos os Domingos, primeiro na SIC e depois na TVI, limitou-se a passear, sozinho, pelo país em demonstrações de afecto, espontâneas numa convivência agradável e quase desejável pela maioria das pessoas, que o acolheram com a amizade que se dedica a um velho amigo.

O conhecimento de longa data porém, não é tudo. Seria injusto retirar a Marcelo o imenso mérito que lhe cabe pela simpatia e poder de comunicabilidade desenvolvido durante uma vida de professor e académico.

Como já aqui disse, vou votar em Sampaio da Nóvoa mas aceitarei Marcelo com toda a tranquilidade de espírito.

Ele irá, com certeza, ajudar-me a esquecer rapidamente o "sonso", o "erro de casting" que lá temos há dez anos, em alguns momentos para nossa vergonha. 

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