domingo, janeiro 17, 2016

Porta antiga da cidade de Santarém

Hoje é Domingo


(Na minha cidade de Santarém em 17/1/15)
















Considero que o governo de António Costa com o apoio dos partidos de esquerda no Parlamento foi um mal menor entre a continuação de um governo do PAF – Passos Coelho/Paulo Portas – e a solução que mais conviria ao país depois daqueles desgraçados quatro anos, e que seria um governo maioritário do PS com o seu próprio programa.

Este deveria ter sido o desfecho político que o país merecia em 4 de Outubro, mas a inabilidade de António Costa e do PS na campanha eleitoral e a habilidade de Passos Coelho e seus “muchachos” com a ajuda de especialistas brasileiros do markting político, ditaram a vitória da direita.

A democracia é assim: está ao sabor de técnicas de manipulação da decisão das pessoas porque não existe uma lógica rigorosa nestas coisas da política onde os factores se podem inverter e as “maldades” passarem a “bondades”.

Passos descarregou todo o odioso da sua política de mais de quatro anos na pessoa, não no seu adversário, António Costa, mas em Sócrates, que estava ali mesmo a jeito com a sua “bancarrota” pronta a ser servida aos portugueses como a desculpa óbvia para todos os sacrifícios impostos à população e até os desrespeitos, ameaças e ofensas aos portugueses do princípio da governação, foram esquecidos como também o foi um ministro das Finanças que fracassou rotundamente com as suas medidas, escreveu uma carta e foi-se embora para Bruxelas, onde o tinham ido buscar.

A vitória da PAF foi uma surpresa quando, três meses antes, as sondagens apresentavam o PS e a António Costa como vencedores absolutos.

A reviravolta do resultado das eleições que “não foi bem lido” pelos vencedores que, igualmente, não levaram na devida linha de conta as afirmações em campanha de António Costa, conduziram a este governo, o tal, que considero um mal menor à continuação do governo do PAF.

Até que ponto António Costa vai conseguir gerir este difícil equilíbrio entre as exigências de carácter social, justas, sem dúvida, do PCP e Bloco, seus partidos de suporte na Assembleia, mas eventualmente comprometedoras, face aos condicionalismos financeiros de Bruxelas e aos caprichos de investidores e credores, é o desafio que se coloca ao corajoso líder dos socialistas, para mim, o maior que qualquer outro político português teve de correr.

Abriu um novo caminho à vida política nacional trazendo para a área do poder forças políticas que desde o 25 de Abril de 1974 apenas tinham sido de protesto e isto, em si mesmo, foi uma enorme conquista democrática para o país.

A eleição de um novo Presidente da República, seja ele qual for, dos três realisticamente possíveis, irá ser-lhe favorável, mas as cartas estão jogadas e os partidos de esquerda chamados a intervir nas decisões políticas, estão a escrever o seu futuro e não se podem queixar de não terem como interlocutor o melhor político português de momento.

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