Austeridade
“A obsessão pela austeridade, mesmo quando o custo dos
empréstimos são tão baixos. É de loucos” – Martin Wolf, economista, Chefe
do Financial Times.
Isto, da macro-economia tem que se lhe
diga, porque aqui lo que é óbvio para
uns, simples e linear, para outros é um risco inaceitável.
Os factores que constituem os dados desta
equação são vários e nem todos se comportam da mesma maneira, especialmente
agora quando vivemos numa economia globalizada em que todos compram e vendem a
todos e uns “pesam” muito e outros “poucochinho”.
A economia é cada vez menos uma ciência exacta
mas, controversa e polémica, parece sê-lo cada vez mais.
As decisões tomadas nesta área são-no,
fundamentalmente, com base em pressupostos, suposições, no “vamos admitir ...”
sendo certo que, também entra em linha de conta, o carácter opt imista, pessimista ou realista, dos que se sentem possuídos
pela verdade e, também, logicamente, o campo político a que pertencem.
João César das Neves, economista, Prof. Universitário, homem de direita, profundamente religioso, vive dominado pela questão das “contas”, dos dinheiros e receia o afundamento
das finanças, admitindo mesmo que estamos à beira da tragédia e do desastre...
Yanis Varoufaqui s,
prestigiado académico, um cérebro nestas coisas, afirma, sobre a austeridade,
que estamos perante um ataque de gestores de carteis e de tecnocratas que se
deixaram levar por eles...
Finalmente, o nosso governo e o ministro
Centeno, influenciado pelos partidos de esquerda que suportam o PS na “geringonça”,
procuram amenizar a austeridade dos mais pobres melhorando prestações sociais
que pesam sempre muito no Orçamento e repondo cortes que vieram do governo
anterior.
A ideia é simples: serve-se de bandeja a
justiça social, ajudando os que mais precisam e, consequentemente, melhora-se o poder de compra nesse grupo de pessoas, especificamente, com reflexos
positivos nas pequenas empresas e
produtores individuais, que ganhando mais pagarão mais impostos, melhoram o
emprego e a Segurança Social.
Faz sentido? – Faz.
A OCDE diz que é preciso expandir a produção
e, para tal, o melhor é aumentar, de maneira coordenada, o investimento público
e fazer reformas adequadas, receita que serve ao nosso país com os Fundos
Europeus no montante de 25 mil milhões, e que iremos receber até 2020.
Mas então, agora que os juros estão tão
baixos, porque não se investe e se cria riqueza, quando nunca foi tão barato
fazê-lo?
- Pelos vistos, não é o preço do dinheiro
que mais pesa nesta história... Importante, mesmo, são os estímulos ao
investimento que, naturalmente, passam pelo consumo... e aqui , o nosso amigo César das Neves, diz:
... “pois, compra-se mais, aumentam-se as importações,
desequi libra-se a Balança
Comercial, eleva-se a dívida e os juros... não, não! - Baixem-se é os salários,
aumente-se a competitividade e as exportações e paguem-se as dívidas...”
É de loucos, não é?... tem razão o Martin Wolf do Financial Times.
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