quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Austeridade

















“A obsessão pela austeridade, mesmo quando o custo dos empréstimos são tão baixos. É de loucos” – Martin Wolf, economista, Chefe do Financial Times.

Isto, da macro-economia tem que se lhe diga, porque aquilo que é óbvio para uns, simples e linear, para outros é um risco inaceitável.

Os factores que constituem os dados desta equação são vários e nem todos se comportam da mesma maneira, especialmente agora quando vivemos numa economia globalizada em que todos compram e vendem a todos e uns “pesam” muito e outros “poucochinho”.

A economia é cada vez menos uma ciência exacta mas, controversa e polémica, parece sê-lo cada vez mais.

As decisões tomadas nesta área são-no, fundamentalmente, com base em pressupostos, suposições, no “vamos admitir ...” sendo certo que, também entra em linha de conta, o carácter optimista, pessimista ou realista, dos que se sentem possuídos pela verdade e, também, logicamente, o campo político a que pertencem.

João César das Neves, economista, Prof. Universitário, homem de direita, profundamente religioso, vive dominado pela questão das “contas”, dos dinheiros e receia o afundamento das finanças, admitindo mesmo que estamos à beira da tragédia e do desastre...

Yanis Varoufaquis, prestigiado académico, um cérebro nestas coisas, afirma, sobre a austeridade, que estamos perante um ataque de gestores de carteis e de tecnocratas que se deixaram levar por eles...

Finalmente, o nosso governo e o ministro Centeno, influenciado pelos partidos de esquerda que suportam o PS na “geringonça”, procuram amenizar a austeridade dos mais pobres melhorando prestações sociais que pesam sempre muito no Orçamento e repondo cortes que vieram do governo anterior.

A ideia é simples: serve-se de bandeja a justiça social, ajudando os que mais precisam e, consequentemente, melhora-se o poder de compra nesse grupo de pessoas, especificamente, com reflexos positivos  nas pequenas empresas e produtores individuais, que ganhando mais pagarão mais impostos, melhoram o emprego e a Segurança Social.

Faz sentido? – Faz.

A OCDE diz que é preciso expandir a produção e, para tal, o melhor é aumentar, de maneira coordenada, o investimento público e fazer reformas adequadas, receita que serve ao nosso país com os Fundos Europeus no montante de 25 mil milhões, e que iremos receber até 2020.

Mas então, agora que os juros estão tão baixos, porque não se investe e se cria riqueza, quando nunca foi tão barato fazê-lo?

- Pelos vistos, não é o preço do dinheiro que mais pesa nesta história... Importante, mesmo, são os estímulos ao investimento que, naturalmente, passam pelo consumo... e aqui, o nosso amigo César das Neves, diz:

... “pois, compra-se mais, aumentam-se as importações, desequilibra-se a Balança Comercial, eleva-se a dívida e os juros... não, não! - Baixem-se é os salários, aumente-se a competitividade e as exportações e paguem-se as dívidas...”

É de loucos, não é?... tem razão o Martin Wolf do Financial Times.

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