segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Será orgulho o que ele transparece?...

Bombistas 


Suicidas
















Todos os dias são notícia nos jornais mas o seu recrutamento não é difícil... ao que dizem.

Mentalizados para morrerem a troco de um casamento em glória, no céu, não sei com quantas virgens, eles são a prova provada da fragilidade do cérebro humano, chegando mesmo a causar espanto como é possível compatibilizá-lo com as enormes provas dadas ao longo de um difícil e obscuro passado.

Milhões de pessoas para salvar a própria vida, atravessam o mar em frágeis barcos que, muitas vezes, se afundam com eles, sujeitam-se a um caminho de provações sem saberem nem onde, nem quando, ou como acaba.

Dessas populações em fuga, milhares de jovens desaparecem na voragem de negócios de tráfico humano  e pedofilia e nós, que continuamos bem instalados nas nossas casas, perguntamo-nos se não foi exactamente por causa desse nosso bem –estar, egoísta, que não pensou nos outros, às vezes bem perto de nós, que tudo isto aconteceu...

Qual é a nossa quota parte de responsabilidade? - Seria possível, num mundo que afinal não passa de uma grande aldeia, conviver em paz com tanta frustração?...

Será que os dados não foram mal lançados? – Não terá havido um aproveitamento de regras que estavam viciadas a nosso favor?...

Não se nasce bombista suicida e, numa sociedade normal, não é fácil convencer um jovem ou seja quem for, a matar-se a si próprio como condição para levar consigo outras vítimas que nada têm a ver com o assunto.

Isto só é possível quando o estado de alienação humana atinge uma escala impensável. Lembramo-nos dos pilotos kamikaze, japoneses, que tanta destruição causaram em navios de guerra americanos, mas têm a justificação do contexto de uma luta armada e do desespero de uma guerra quase perdida.

Não constam ataques desta natureza enquanto a guerra correu bem aos nipónicos...

De qualquer forma, é uma decisão diferente do suicídio, aproximando-se mais do martírio e sacrifício.

Entre Março de 2003 e Dezembro de 2010 em 1003 ataques suicidas contra alvos iraquianos resultou a morte de mais de 12.000 pessoas.

No Afeganistão, onde frequentemente se usam turbantes e vestes próprias para esconder os explosivos, o método mais usado ainda são os veículos, tal como no Paquistão, com um número de mortes idêntico ao do Iraque.

A utilização de bombistas suicidas, como se conhece hoje, surgiu nos anos 80, no Líbano, como método utilizado pelo Hezbollah, sendo a Al Qaeda dando-lhe uma dimensão transnacional com o ataque às Torres Gémeas.


As motivações e os perfis são muitos, variados e discutíveis mas, sem dúvidas, são um fenómeno dos nossos tempos.

Site Meter