Uma das acusações que pesa sobre o Prof. Marcelo era a de “criador de factos políticos”.
Por outras palavras, ele inventava factos ou acontecimentos que
passava a outros como tendo sido
realidade.
Marcelo, pelo seu destaque no PSD e na política partidária
portuguesa, era uma riquíssima fonte de informações que o tornavam escutado
pelo seu amigo Paulo Portas, Director do Jornal “O Independente”, especializado
em noticias políticas.
Em 1991, Marcelo passa a Paulo Portas uma informação de um certo
jantar político, que nunca existiu, com o pormenor delicioso de que a sopa teria sido “vichyssoise”.
Desde então, ficou um ódiozinho de estimação que, perante as
referências tão elogiosas ao discurso de investidura do novo Presidente feitas
por Paulo Portas, já deverão estar ultrapassadas.
Marcelo, é hoje Presidente da República e a responsabilidade do
cargo não lhe permitirá mais partidinhas deste género mas, como toda a gente
conhecia esta história da “vichyssoise”, que tinha mais de partida a Paulo Portas, do que outra coisa, não foi por causa dela que não
votei nele para Presidente.
Expliquei, na altura, aqui
neste blog, que considerava Marcelo a pessoa mais bem preparada para o
exercício das funções de Presidente, embora me desagradasse nele um certo
fundamentalismo religioso.
No entanto, apesar de não crente, nada tenho contra a moral cristã, ideias muito avançadas para a época de Jesus e das quais sou adept o, acabei por não valorizar a história das rezas a nadar e
das missas, herança de família, assunto privado, ponto final.
Se acrescentarmos a essa preparação, o facto de ele ser visita
semanal, constante durante anos, da casa dos portugueses, sempre com a mesma
simpatia e capacidade de comunicação, que desenvolveu como professor, uma vez tendo
decidido candidatar-se a Presidente, a sua eleição não só era certa como inevitável.
Votar em Marcelo era, pois, para mim, “chover no molhado”.
Por isso, votei no Porf. Sampaio da Nóvoa, pessoa de quem fiquei
com muito boa impressão, o que foi igualmente sentido pelos portugueses que
lhe deram, a ele, candidato desconhecido e sem partido, quase 23% dos votos.
Depois das últimas e frustrantes votações para Presidente da
República, com vitórias do inefável Cavaco Silva, para mim erro de "casting", regressei, finalmente, ao fim de dez
anos, à alegria da comunhão dos resultados eleitorais com os meus concidadãos.
Espero, esperamos todos, agora que temos na presidência alguém que
nos é próximo, visita habitual cá da casa, que Marcelo ponha ao serviço do país a
sua prodigiosa imaginação, inteligência e sabedoria, e desenvolva com António
Costa, 1º Ministro, e um dos seus melhores alunos na Faculdade de Direito, um
trabalho de equi pa que nos beneficie
a todos, portugueses, apesar dos constrangimentos do país que todos conhecemos.
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