Os restos... |
O outro lado da
emigração
portuguesa
«Vinham da Suíça para passar a Páscoa em Portugal, mas a viagem acabou tragicamente em Allier, no centro de França. A carrinha em que viajavam chocou de frente com um camião e os doze passageiros, todos portugueses imigrados na região de Lausanne, morreram no local. O condutor era um jovem português de 19 anos, que sobreviveu, e foi levado para o hospital em estado de choque.
Entre as 12 vítimas está uma família de Cinfães do Douro - um casal e a filha de sete anos - e ainda um homem de 34 anos do mesmo concelho. Há ainda três vítimas de uma aldeia perto de Trancoso, chamada Palhais, revelou o presidente da câmara de Trancoso. Pelo menos duas eram de Fajões, em Oliveira de Azeméis.» [DN]
Entre as 12 vítimas está uma família de Cinfães do Douro - um casal e a filha de sete anos - e ainda um homem de 34 anos do mesmo concelho. Há ainda três vítimas de uma aldeia perto de Trancoso, chamada Palhais, revelou o presidente da câmara de Trancoso. Pelo menos duas eram de Fajões, em Oliveira de Azeméis.» [DN]
Parecer:
Um mini autocarro que mais não era do que uma furgoneta de seis lugares, conduzida por um motorista com 19 anos, há aqui qualquer coisa de muito errado que nos deve levar a reflectir. Como é possível que doze emigrante viajassem nestas condições entre a Suíça e Portugal?
Esperemos que a empresa portuguesa que explora este esquema de transportes seja investigada sob todas as vertentes, começando nas licenças para a exploração de transportes à forma como cumpre as suas obrigações fiscais. É importante acabar com estes esquemas de negócios oportunistas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamentem-se as mortes.»
Comentário
Os portugueses são assim: desprezam as suas próprias vidas. Aquela carrinha não era um barco de borracha que os traria para a segurança de uma vida, representava apenas uns euritos de economia numa viagem de férias. Não foi ninguém que os meteu lá dentro, foram eles que entraram como resultado de uma decisão dos próprios, e entraram até caber...
Eu também tirei a carta de condução aos dezanove anos de idade para enfrentar o transito de há cinquenta e oito anos atrás... e me recordo da irresponsabilidade que foi, mesmo assim.
Quando as pessoas são cúmplices dos crimes de que são vítimas, há que ter a coragem de o assumir. Infelizmente, estes, morreram todos... não irão assumir nada.
Castigue - se com o máximo previsto na lei quem lucra com estas economias que os nossos trabalhadores emigrantes fazem no desprezo das suas vidas. Ao perderem-nas, pagaram já o preço máximo.
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