quinta-feira, junho 16, 2016

Altos e louros... todos!
Aqueles

Rapazes 

Altos

e Louros...

















De porte atlético, alguns cabeludos e barbudos, como se usa, os islandeses impressionam pela sua estampa.

O nosso Cristiano, com o seu 1,89, seria apenas o 9º mais alto daquela equipa. Tínhamos até jogadores que nem ao ombro dos adversários chegavam...

Foi dramático ver aquele defesa português, pequenino, atirar-se para o meio do chão, desamparado, em frente do nosso guara-redes, enquanto atrás dele, um islandês, alto e louro, nem precisou de perguntar ao Patrício para que lado queria o golo.

Com a sobranceria própria dos craques que ganharam fama e agora vivem dela, Ronaldo, criticou a equipa adversária acusado-a de apenas saberem dar pontapés para a frente.

Não se pode pedir a Ronaldo que tenha “bom perder”, falta-lhe para isso o hábito, mas começam a ser demasiados os grandes planos que a televisão nos dá do seu sorriso de desilusão consigo próprio depois de jogadas perdidas por ele.

Nós éramos os habilidosos mas eles estavam longe de serem toscos o que, aliado à táctica defensiva do autocarro em frente da baliza, acabou por se traduzir num empate a uma bola, com a agravante da equipa portuguesa, na 2ª parte, ter perdido discernimento, o que permite concluir que os nossos jogadores deixaram a confiança no balneário, enquanto os islandeses acreditaram cada vez mais na sua capacidade física como arma para defender o empate.

Temos muitos jogadores jovens, alguns cheios de talento, que por isso já nem jogam em Portugal, e para quem este jogo foi uma lição sobre uma competição essencialmente física em que a concentração tem de ser total.

A habilidade e o virtuosismo tanto podem ser uma arma como uma fraqueza, pois nem todos podem ser Messis e Iniestas a quem tudo lhes sai bem... ou quase tudo!

Vejo futebol há muitos anos e reconheço que nem sempre é um espectáculo bonito. Normalmente procuro a Liga Inglesa pois é aí que acontece a maioria dos bons jogos de futebol nos quais, do princípio ao fim, as equipas em confronto se empenham na vitória de uma forma equilibrada.

É evidente, que deste ponto de vista, o Portugal - Islândia não foi um belo espectáculo mas nestas competições Europeias ou Mundiais, em que o nosso país participa, os aspectos emocional e patriótico é que contam e os golos, mesmo os metidos com a barriga, são sempre bonitos, desde que sejam os jogadores portugueses a marcá-los.

E vai ser assim até ao fim... o desejo apaixonado pela vitória vai-nos perseguir, está em causa a vaidade e o amor ao país, não há nada a fazer. O raciocínio e o bom gosto não entram nesta história, e no fim espera-nos a alegria desmedida ou a profunda tristeza, algumas vezes disfarçada de um mal disfarçado alheamento.

Sempre me lembro de alcunharem o futebol como o ópio do povo pelos efeitos que ele produz na nossa maneira de sentir, umas vezes euforia, outras depressão, nunca indiferença.

Por isso, e como gosto de futebol como jogo, procuro a Liga inglesa, onde estão os melhores jogadores e treinadores. O pior, é que este ano, vai novamente entrar em cena o nosso Zé Mourinho com a agravante de que, do outro lado, irá estar o Pepe Guardiola, num clube vizinho, o Manchester City, o que, no fundo, vai dar uma espécie de Portugal – Espanha todas as semanas...

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