Altos e louros... todos! |
Aqueles
Rapazes
Rapazes
Altos
e Louros...
De porte atlético, alguns cabeludos e barbudos, como se usa, os
islandeses impressionam pela sua estampa.
O nosso Cristiano, com o seu 1,89, seria apenas o 9º mais alto
daquela equi pa. Tínhamos até
jogadores que nem ao ombro dos adversários chegavam...
Foi dramático ver aquele defesa português, pequenino, atirar-se
para o meio do chão, desamparado, em frente do nosso guara-redes, enquanto atrás dele, um
islandês, alto e louro, nem precisou de perguntar ao Patrício para que lado
queria o golo.
Com a sobranceria própria dos craques que ganharam fama e agora
vivem dela, Ronaldo, criticou a equi pa
adversária acusado-a de apenas saberem dar pontapés para a frente.
Não se pode pedir a Ronaldo que tenha “bom perder”, falta-lhe
para isso o hábito, mas começam a ser demasiados os grandes planos que a
televisão nos dá do seu sorriso de desilusão consigo próprio depois de jogadas
perdidas por ele.
Nós éramos os habilidosos mas eles estavam longe de serem toscos
o que, aliado à táctica defensiva do autocarro em frente da baliza, acabou por
se traduzir num empate a uma bola, com a agravante da equi pa
portuguesa, na 2ª parte, ter perdido discernimento, o que permite concluir que
os nossos jogadores deixaram a confiança no balneário, enquanto os
islandeses acreditaram cada vez mais na sua capacidade física como arma para
defender o empate.
Temos muitos jogadores jovens, alguns cheios de talento, que por
isso já nem jogam em Portugal, e para quem este jogo foi uma lição sobre uma
competição essencialmente física em que a concentração tem de ser total.
A habilidade e o virtuosismo tanto podem ser uma arma como uma
fraqueza, pois nem todos podem ser Messis e Iniestas a quem tudo lhes sai
bem... ou quase tudo!
Vejo futebol há muitos anos e reconheço que nem sempre é um
espectáculo bonito. Normalmente procuro a Liga Inglesa pois é aí que acontece a
maioria dos bons jogos de futebol nos quais, do princípio ao fim, as equi pas em confronto se empenham na vitória de uma
forma equi librada.
É evidente, que deste ponto de vista, o Portugal - Islândia não foi
um belo espectáculo mas nestas competições Europeias ou Mundiais, em que o nosso país
participa, os aspectos emocional e patriótico é que contam e os golos, mesmo os
metidos com a barriga, são sempre bonitos, desde que sejam os jogadores
portugueses a marcá-los.
E vai ser assim até ao fim... o desejo apaixonado pela vitória
vai-nos perseguir, está em causa a vaidade e o amor ao país, não há nada a
fazer. O raciocínio e o bom gosto não entram nesta história, e no fim
espera-nos a alegria desmedida ou a profunda tristeza, algumas vezes disfarçada de um mal disfarçado alheamento.
Sempre me lembro de alcunharem o futebol como o ópio do povo
pelos efeitos que ele produz na nossa maneira de sentir, umas vezes euforia,
outras depressão, nunca indiferença.
Por isso, e como gosto de futebol como jogo, procuro a Liga
inglesa, onde estão os melhores jogadores e treinadores. O pior, é que este
ano, vai novamente entrar em cena o nosso Zé Mourinho com a agravante de que,
do outro lado, irá estar o Pepe Guardiola, num clube vizinho, o Manchester City, o que, no fundo, vai dar uma espécie
de Portugal – Espanha todas as semanas...
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