Este terá sido o rosto mais aproximado do Jesus da Nazaré, o histórico. |
À Procura de Jesus
Escondido na
História
Há que distinguir entre o Jesus da Nazaré e Jesus Cristo, ou
seja, entre o Jesus histórico, judeu, nascido em Nazaré, na Galileia, já então
debaixo do poder do Império Romano, ao qual tinha sido anexado pelo general
Pompeu, 63 anos antes de Jesus nascer, e Jesus Cristo encarnado pelo Espírito
Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem, refém da religião cristã.
Por este mês, milhões de pessoas em todo o mundo vão celebrar,
no dia de Natal, o nascimento daquele que teve tanto impacto na vida da
humanidade que até a história foi dividida em duas: Antes, e Depois de Cristo.
(A.C. e D.C).
Coordenado pelo Padre Anselmo Borges foi agora publicado mais um
livro:
“JESUS CRISTO – Quem Foi e Quem É?”
Este livro, que reúne textos de historiadores e biblistas, entre
outros, procura recuperar o Jesus da Nazaré, o homem normal, figura histórica,
numa linha de tendência do mundo neste último século.
Ed Parish Sanders, escritor norte-americano, foi considerado,
com o seu livro “A Verdadeira
História”, um dos mais
importantes autores a fazer esta abordagem sobre Jesus.
A Igreja, essa, tem-se preocupado sempre com o Jesus Cristo,
filho de Deus, que morreu na cruz para nos salvar.
A própria oração do Credo, declaração de fé dos católicos, diz
que ele encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, se fez homem,
padeceu e por nós foi crucificado.
E, entretanto? – Não cresceu? - Não aprendeu? - Não trabalhou? -
O que disse? - Porque é que outros homens o seguiram? - Qual foi a sua relação
com Deus? - E com o dinheiro? - E com as mulheres? - E com a política?
Como foi o percurso de Jesus de Nazaré até ao Cristo Messias?
Embora Jesus seja, de longe, a figura histórica mais investigada
- há bibliotecas só com livros onde ele é o tema - o que nós
recebemos, por força da doutrina da igreja católica, foi a tradição de que
Jesus é divino e, por isso, esta necessidade de recuperar agora a sua
humanidade superando clichés que toldam a visão.
O Memórias Futuras, insistindo nas "Entrevistas Ficcionadas
com Jesus na sua segunda vinda à Terra", conduzidas pela jornalista Raquel
Perez, que questiona Jesus por temas diferentes em cada entrevista procura,
exactamente, o Jesus histórico, o judeu, o homem que viveu e morreu num período
muito difícil, numa Palestina ocupada e dominada pelas forças do Império
Romano.
Os autores destas entrevistas são os irmãos Lopez Vigil que se
tornaram muito conhecidos nos países da América do Sul através de um programa
radiofónico denominado: “Um Tal Jesus”.
Ela, Maria Lopez Vigil, é jornalista, escritora, vive em Manágua
e o seu sonho era, um dia, entrevistar Jesus.
Ele, José Inácio Lopez Vigil, é comunicador radiofónico, ex-
sacerdote Jesuíta e estudante de Teologia Bíblica.
Nessas entrevistas, é desmistificada a versão do Jesus Cristo da
doutrina oficial da Igreja, quando, entre muitas outras declarações, Jesus
afirma que não queria morrer e que a sua morte não foi nenhuma congeminação
para salvar os homens.
Apenas mais uma vítima do poder tirânico e cruel das forças que
ocuparam e oprimiram o seu povo ou seja, dos Romanos, com a cumplicidade de
elementos do topo da estrutura da Igreja do seu tempo da qual foi um severo
crítico.
Para os crentes, Jesus não pode ser apenas o herói, o homem bom,
que se bateu pela liberdade e pela justiça, tem que ser também santo, filho de
Deus, sentado no céu à sua direita.
Para os não crentes, entre os quais me incluo, basta-me, como se
isso fosse pouco, ainda para mais considerando que as coisas se passaram há
dois mil anos, o homem portador de uma mensagem de amor e de respeito por todos
os outros homens, seus irmãos no seio da humanidade, e que, por coerência com
as suas ideias, foi sentenciado à morte.
PS – Julgo oportuno, brevemente, voltar a estas entrevistas aqui , no Memórias Futuras.
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