sexta-feira, agosto 26, 2016

O Alentejano

e a Poesia














Em noite de feroz inspiração, o poeta foi passear pelo campo e, topando com um Alentejano que contemplava o luar, disse-lhe:


- "És um amante do belo! Acaso já viste também os róseos-dourados dedos da aurora tecendo uma fímbria de luz pelo nascente, ou as sulfurosas ilhotas de sanguíneo vermelho pairando sobre um lago de fogo a esbrasear-se no poente, ou as nuvens como farrapos de brancura obumbrando a lua, que flutua esquiva, sobre um céu soturno?"


- Ultimamente, não !... respondeu o Alentejano pasmado. Há mais de um ano que não me meto nos copos ! 

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