quinta-feira, agosto 25, 2016

Olá,  Agosto!
O Meu

Querido 

Mês de 

Agosto...














Está de restos "O Meu Querido Mês de Agosto”. O Banco de Portugal delirou com os milhares de milhões do turismo e o espectáculo repetiu-se: os fogos, os bombeiros, alguns afogueados, outros, os chefes, aperaltados para falarem para a televisão no seu momento de glória, enquanto, atrás deles, as labaredas varriam as árvores.

Temos, à proporção, a maior quantidade de mato e eucaliptos para arder, na Europa, o que, juntamente com as nossas condições climáticas, tornam estes espectáculos inevitáveis em cada ano que passa.

E temos também os pirómanos, apaixonados do fogo, que os desencadeiam, uns, recorrendo ao velho isqueiro, outros, às novas tecnologias, os “drones”, esses brinquedos fabricados pelos chineses – por quem havia de ser?... – que transportam a matéria incendiária e fazem de tudo aquilo uma divertida brincadeira... ou um enorme negócio ligado às madeiras!

Mas o mês de Agosto é querido por outras razões que, evidentemente, nada têm a ver com o fogo, a não ser aquele que incendeia o coração das pessoas nas festas e romarias por esse país fora.

A maior dose de ternura do “Meu Querido Mês de Agosto” vem dos nossos compatriotas emigrados por essa Europa e mundo fora que trazem a saudade no coração, não só pelos familiares e amigos que aqui deixaram, mas também pelos recantos, aqueles que os viram nascer.

Eu próprio, já dei por mim a visitar recantos como se fossem pessoas e se eles não falam, eu falo com eles...

 - Quem não ficou agarrado aos sítios onde nasceu e foi feliz em jovem?... Esses locais marcam o resto da vida, independentemente de como ela foi porque, raízes são raízes e, como tal, prendem muito mais do que tudo o resto.

O Meu Querido Mês de Agosto também poderia chamar-se do Mês do Reencontro, dos Afectos, dos Abraços, assim, com letra maíuscula.

Ele alimenta de forças, corpos e espíritos, para suportarem agruras, trabalhos, muitas vezes as humilhações, de mais um ano que seria impensável ou pelo menos insuportável, sem o Meu Querido Mês de Agosto.

Chegaram no virar do mês, sem perderem um minuto e atravessaram as fronteiras ao volante dos seus automóveis de matrículas estrangeiras, cansados ao fim de muitas horas de condução, mas felizes, realizados com o seu destino de quem teve que sair como tantos conterrâneos seus, mas que vingou lá fora, e regressa agora, mais uma vez, para uma pausa, no seu “Querido Mês de Agosto”.

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