Mês de
Agosto...
Agosto...
Está de restos "O Meu Querido Mês de Agosto”. O Banco de Portugal
delirou com os milhares de milhões do turismo e o espectáculo repetiu-se: os
fogos, os bombeiros, alguns afogueados, outros, os chefes, aperaltados para falarem
para a televisão no seu momento de glória, enquanto, atrás deles, as labaredas
varriam as árvores.
Temos, à proporção, a maior quantidade de mato e eucalipt os para arder, na Europa, o que, juntamente com as
nossas condições climáticas, tornam estes espectáculos inevitáveis em cada ano
que passa.
E temos também os pirómanos, apaixonados do fogo, que os
desencadeiam, uns, recorrendo ao velho isqueiro, outros, às novas tecnologias,
os “drones”, esses brinquedos fabricados pelos chineses – por quem havia de
ser?... – que transportam a matéria incendiária e fazem de tudo aqui lo uma divertida brincadeira... ou um enorme negócio
ligado às madeiras!
Mas o mês de Agosto é querido por outras razões que,
evidentemente, nada têm a ver com o fogo, a não ser aquele que incendeia o
coração das pessoas nas festas e romarias por esse país fora.
A maior dose de ternura do “Meu Querido Mês de Agosto” vem dos
nossos compatriotas emigrados por essa Europa e mundo fora que trazem a saudade
no coração, não só pelos familiares e amigos que aqui
deixaram, mas também pelos recantos, aqueles que os viram nascer.
Eu próprio, já dei por mim a visitar recantos como se fossem
pessoas e se eles não falam, eu falo com eles...
- Quem não ficou agarrado
aos sítios onde nasceu e foi feliz em jovem?... Esses locais marcam o resto da
vida, independentemente de como ela foi porque, raízes são raízes e, como tal, prendem
muito mais do que tudo o resto.
O Meu Querido Mês de Agosto também poderia chamar-se do Mês do
Reencontro, dos Afectos, dos Abraços, assim, com letra maíuscula.
Ele alimenta de forças, corpos e espíritos, para suportarem agruras,
trabalhos, muitas vezes as humilhações, de mais um ano que seria impensável ou
pelo menos insuportável, sem o Meu Querido Mês de Agosto.
Chegaram no virar do mês, sem perderem um minuto e atravessaram as
fronteiras ao volante dos seus automóveis de matrículas estrangeiras, cansados
ao fim de muitas horas de condução, mas felizes, realizados com o seu destino
de quem teve que sair como tantos conterrâneos seus, mas que vingou lá fora, e
regressa agora, mais uma vez, para uma pausa, no seu “Querido Mês de Agosto”.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home