418-721 - Reino dos Visigodos. Começaram cedo a mandar na Europa... |
Os Visigodos
Os
alemães e a Srª Merkel devem estar possuídos de remorsos. Afinal, para que foi
aquela guerra: milhões de mortos, cidades completamente destruídas, ruínas,
dor, sofrimento e o ódio de todas as populações atingidas?
Para
quê? – Ainda nem passados setenta anos, pouco na vida das nações e já mandam na
Europa, sem guerras, sem exército (por enquanto…) sem lutas.
Em
paz mandam em nós, ditam as suas leis, impõem os seus critérios, metem na ordem
os nossos desequi librados orçamentos
e dizem-nos a que ritmo o devemos fazer…
A
Europa depende da Alemanha, ela é o seu motor de desenvolvimento, o euro é o
seu antigo marco, forte como este, como convêm a uma economia exportadora de
produtos com muita incorporação de mão-de-obra e tecnologia porque, diga-se o
que se disser, não há melhores automóveis que os seus Mercedes, BMWs, Audis…que
todo o mundo quer ter não por snobismo ou para fazer favor à Alemanha, mas
porque são mesmo os melhores.
Mas
quem eram estes senhores que hoje olham com desdém e supremacia os seus
vizinhos europeus aqui da orla do Mediterrâneo e por duas
vezes os tentaram esmagar pela força das armas?
Lembram-se
daqueles bárbaros de longas tranças que combatiam as ordeiras e disciplinadas
legiões romanas em ataques desordeiros, aos gritos selvagens que apavoravam os
pequenos soldados romanos, e de quem o Sr. Mitterrand, séculos mais tarde,
dizia gostar tanto que preferia ter duas… Alemanhas?
Eram os Visigodos, um povo originário de uma divisão entre
os godos, povo germânico de origem escandinava que
surgiu por volta do ano 200 e em pouco tempo migraram para o sul e
atacaram o Império Romano e a Grécia.
Em consequência do ataque feito aos romanos, foram castigados com severidade e refugiaram-se na
margem esquerda do Danúbio. Neste local enfrentaram uma divisão interna
separando-se, então, em Visigodos e Ostrogodos.
Os Visigodos são originários do leste europeu. A
maioria dos pesqui sadores acredita
que o nome tem origem no alemão e significa Godos do Oeste e a sua influência
nos seguintes 250 anos no continente europeu foi muito significativa.
Considerados
povos bárbaros
pelos romanos, os Visigodos entraram em conflito com o Império de Roma em
algumas ocasiões. Mas apesar dos atritos, os Visigodos absorveram muitas
características dos romanos, como é o caso do direito.
O
Direito Visigótico é uma compilação jurídica e cultural da
forma de pensar dos romanos que mais tarde inspirou a legislação em vigor na
Península Ibérica até às descobertas dos portugueses em 1500.
Os Visigodos percorreram um caminho na Europa que
começou nos Bálcãs por
volta do século IV e, logo após, avançaram pela Itália. Por ocasião da ameaça
dos Hunos, os Visigodos foram ajudados pelos
romanos, momento em que houve grande contacto entre as culturas.
Em
retribuição, os Visigodos prestaram grande ajuda aos romanos, mas o pacto de
passividade foi quebrado e os povos considerados bárbaros atacaram Roma
novamente.
Mas
a presença mais marcante dos Visigodos foi na Península Ibérica. No século V,
chegaram aos Pirinéus com o
propósito de estabelecer a paz na Península Ibérica que estava ocupada por Vândalos, Suevos e Alanos.
Os
Visigodos logo anexaram o território do reino suevo. Localizados na Península
Ibérica, os Visigodos, que professavam o arianismo, tornaram o catolicismo a
religião oficial.
Atacaram
o sul da França e lá estabeleceram um duradouro reinado, o Reino
de Toulouse, que durou de 418 até 507. Com o fim deste reinado
continuaram penetrando na Península Ibérica e formaram um novo reino, o Reino
de Toledo, onde permaneceram de 507 até 711.
Durante
todo esse tempo permaneceram
poderosos na região dominada e inseriram suas características.
Hoje
ainda é possível encontrar igreja em Portugal e na Espanha de construção
Visigótica marcando os únicos vestígios restantes da sua arqui tectura.
No
século VIII, enfrentaram movimentos de resistência e invasões que levaram ao
fim da monarqui a visigótica
estabelecida na Península Ibérica.
A invasão muçulmana foi o principal
factor que enfraqueceu os Visigodos na região e acabou com o seu reinado. A
partir de então, os muçulmanos tornaram-se presentes na Península Ibérica e aqui se
estabeleceram por longos oito séculos, sendo que a região só voltou a ser
dominada pelos habitantes locais após o duradouro processo de Reconquista iniciado
por D. Afonso Henriques e que se
encerrou apenas com a expulsão dos muçulmanos e a unificação da Espanha em
1492.
Os
visigodos, já então se julgavam superiores aos lusitanos, hispânicos e romanos
e sendo de cultura diferente, desempenhavam uma função social superior sobre os
outros povos.
Dirigiam
tudo, eram o povo dominador e como tal, só eles tinham deveres militares e
detinham as armas.
Os
visigodos não deixaram vestígios de escolas, bibliotecas e nada existiu de
centros de cultura visigótica, mas, com certeza que esse povo guerreiro deixou
as suas marcas de DNA no povo romano, lusitano e mouro.
Vestígios
“visigóticos” em Espanha e em Portugal ficaram em várias igrejas, bem como
nomes de pessoas. Fundaram muitas cidades, não só na Lusitânia e na Espanha,
mas em outros países europeus.
Sendo
assim, nós portugueses, temos no nosso DNA um pouco desse povo guerreiro que em
épocas longínquas contribuiu para a formação do nosso futuro povo juntamente
com os celtas, romanos e mouros e outros povos mediterrâneos que passaram por
estes portos em actividades comerciais.
É
isso, Portugal e os descendentes dos visigodos, os alemães de hoje, cruzam-se
novamente no acaso da história e mais uma vez eles se comportam de forma
superior…
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