está de luto
A América está de luto. De país da esperança e do futuro, amada por americanos e não americanos, grande parte deles europeus que ainda não esqueceram a história, passou, episodicamente, a país da vergonha, por causa de um homem que é, simplesmente, ele próprio, uma vergonha.
Na vida dos países, como na das famílias, estas
coisas por vezes acontecem. Aparece sempre alguém que envergonha o colectivo, as
chamadas ovelhas ranhosas.
Qual é o país que ao longo da sua história nunca
teve alguém a liderá-lo que seria proscrito se ela pudesse ser reescrita?
Hitler e Mussolini, são do meu tempo e da minha
Europa, e não vale a pena fazer comparações porque os contextos são diferentes
e o Trump sairia por cima... até agora.
Mas as nuvens são negras e ameaçadoras
e nunca se viveu um período de tão grandes incertezas relativamente ao futuro
porque também nunca os sinais foram tão contraditórios vindos de uma liderança
tão prepotente, ameaçadora e inexperiente que não se sabe para
onde vai.
O sistema americano foi concebido para travar a
ascensão deste tipo de exercício de poder, mas as instituições, tal como a
Constituição, têm sido exageradamente celebradas como mecanismos infalíveis de
pluralismo e respeito inviolável pela separação de poderes e, neste momento,
todos eles estão a ser postos à prova, tal como os congressistas americanos que
não se revêem em Trump.
À recusa de uma afirmação pode gerar um
crescimento do antiamericanismo à escala global à exacta medida do
antitrumpismo, o que seria um foco incontrolável de insegurança para os
americanos.
Pior só mesmo que, a par disso, o liberalismo
interno abra as brechas por onde costumam entrar tiranetes, terroristas e
demais inimigos da democracia.
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