sábado, fevereiro 18, 2017

As dores de cabeça da Troyka em 2011...
O Ex-1º Ministro


José Sócrates












José Sócrates, hoje, num artigo de opinião que saiu no “meu” Diário de Notícias, respondeu aos ataques que Cavaco lhe dirigiu no seu livro de Memórias – quais memórias?... – que ele publicou, quase sem ter deixado arrefecer o lugar que deixou em Belém.

Parece-me, a mim, que as Memórias, quando não há o perigo de esquecimento porque tudo ficou registado e anotado, precisam de mais tempo para serem memórias, precisam de maior reflexão.

Recordações “a quente” não são memórias porque o que faz delas memórias é, exactamente, o tempo. Sem ele, o tempo, é como estar a mexer num cadáver que ainda não arrefeceu e o objectivo só pode ser o de pretender retocar qualquer coisa da vida que não ficou do agrado do falecido ou da família.

Politicamente, Cavaco, é cadáver, como também o é, igualmente, José Sócrates, e melhor seria que o diálogo entre cadáveres fosse deixado para os vivos, para a história, porque a conversa entre mortos políticos cheira mal, especialmente quando em vivos já não se gramavam...

Sócrates está pior, aguarda o desfecho de um processo em Tribunal, relativamente a uns dinheiros que foram parar às suas contas em Paris e que não se sabe muito bem se eram dele ou de um amigo rico, de infância, para pagar favores do tempo em que era Chefe do Governo.

Aguardemos o desfecho do Processo e da decisão do Tribunal transitada em julgado, porque, nestas coisas que são decisivas para a reputação de uma pessoa, não se admitem palpites.

Espero e desejo que seja provada a sua inocência, porque foi 1º Ministro do meu país, do Partido Socialista, em quem sempre votei e, num aspecto, estou 100% com ele:  As opiniões políticas de Cavaco e a sua própria pessoa, sempre me enfastiaram.

Do carácter de Cavaco Silva muita coisa ressaltou, como se não fosse já conhecido de sobra, do seu último discurso de tomada de posse como Presidente da República e de que muitos portugueses, em que me incluo, se lembram muito bem: o espírito de vingança e desforra.

Vi, com alívio, a partida de José Sócrates para ir estudar em Paris, em Junho de 2011, deixando o país numa situação muito difícil, necessitado de recorrer aos empréstimos da troyka, porque, segundo argumentou o PS, na luta partidária pelo poder, o PSD lhe tinha chumbado o PEC 4, já negociado com a Alemanha.

Enfim, más recordações de um país em aflições financeiras, durante as quais, Sócrates, acusa Cavaco Silva de ter sido a “mão por detrás dos arbustos”.

Cavaco e Sócrates, dois homens que se odiaram mas, mesmo pendente de uma sentença em Tribunal, prefiro Sócrates, porque atribuo sempre maior gravidade aos defeitos de carácter de Cavaco Silva do que às trafulhices de Sócrates se é que ele as cometeu.




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