As Promessas de José Sócrates
AS PROMESSAS de JOSÉ SÓCRATES…
…E O MEU CONTRIBUTO PARA O DÉFICE
Todos se recordam das promessas de José Sócrates enquanto candidato a 1º Ministro. Ele sabia que era necessária uma maioria absoluta de votos para poder cumprir um programa de governo e para isso tinha que potenciar ao máximo a onda generalizada de descontentamento do anterior governo de Santana Lopes e daí os discursos cautelosos que prometiam oásis de felicidade quando, era bom de ver, absolutamente nada fazia antever essa possibilidade.
Eu próprio, recordo o discurso de campanha que ele fez na passagem por Santarém e por muito atento que tivesse estado garanto que não foram proferidas palavras como: sacrifício, esforço, trabalho, rigor, contenção ou qualquer uma de tantas outras com significado idêntico no que logo me pareceu uma desonestidade política porque era impossível, na situação de descalabro em que as finanças públicas se encontravam, que a recuperação pudesse acontecer sem os sacrifícios da população, fossem eles quais fossem.
No entanto, considerando a forma como hoje se faz política, estas “pequenas desonestidades” não são levadas em grande linha de conta com o argumento de que todos usam os mesmos artifícios e as mentiras em política não têm o mesmo valor que as outras (…quando o deviam ter mais.)
Mas o país, lá no seu íntimo, mesmo inconscientemente, esperava Reformas Estruturais na convicção de que sem elas se caminhava para uma espécie de buraco negro para onde se entra sem se saber como se sai dele e Reformas profundas, já se sabe, impõem sacrifícios porque mexem em interesses há muito tempo instalados.
Por esta razão, aquelas mentiras, aquele discurso cor-de-rosa, enganador, não me pareceram, na altura, muito importantes confrontado com a missão épica das Reformas que amplamente diagnosticadas e reclamadas sempre tinham sido adiadas desde Cavaco Silva, conquistador de duas maiorias absolutas com as quais governou o país durante 10 anos consecutivos (1985/1995).
Agora, passados dois anos, apesar de tudo, bem ou mal, a descontente mais que a contente, com greves e muitas reclamações pelo meio e outras que se anunciam, alguma coisa já mexeu ou está a mexer e a prova disso é que a minha reforma de Aposentado, depois de 6 anos sem qualquer alteração, finalmente, neste ano de 2007, diminuiu de valor.
Não, não refiro o meu caso para protestar contra as falsas promessas de José Sócrates que eu já sabia que tinham de ser falsas quando as ouvi no seu discurso de campanha no belo anfiteatro do CNEMA de Santarém.
Refiro-o por duas outras razões:
1ª- Considero que o dinheiro que recebo a menos todos os meses é o meu pequeno contributo para o défice das Contas Públicas a menos de 3% e um sinal de solidariedade para com todos os meus concidadãos que estão e vão ser muito mais atingidos do que eu fui;
2ª Aproveitar para deixar um protesto contra os milhões e milhões de euros que saem do erário público para ordenados e horas extraordinárias de centenas de assessores, para além dos necessários, que enchem Ministérios, Autarquias e Empresas Públicas por esse país fora, para já não falar nas indemnizações escandalosas de uma certa “casta” de senhores que vão passando de empresa pública para empresa pública no exacto e respeitoso cumprimento das condições estabelecidas nos Contratos que celebram.
Mas, também aqui, nada de surpreendente. As crises, com o sacrifício da generalidade da população, em vez de acalmarem a voracidade dos “abutres” aguçaram-lhes, ainda mais, os apetites.
A Democracia só não é perfeita porque a cultura em que ela se exerce não a respeita e nós somos, em grande parte, o resultado dessa cultura desenvolvida ao longo de um processo histórico não só de 50 anos de fascismo mas de 500 anos de obscurantismo ao longo dos quais, poucas vezes, portugueses de indiscutível valor, tiveram a oportunidade de deixarem a sua marca na governação do país.
Insistir na democracia, na liberdade, nos direitos dos cidadãos, na denúncia pública e condenação de todos os comportamentos ilegais ou eticamente reprováveis, venham de onde vierem, é o único caminho a prosseguir, o resto… é trabalho competente e imaginativo.
…E O MEU CONTRIBUTO PARA O DÉFICE
Todos se recordam das promessas de José Sócrates enquanto candidato a 1º Ministro. Ele sabia que era necessária uma maioria absoluta de votos para poder cumprir um programa de governo e para isso tinha que potenciar ao máximo a onda generalizada de descontentamento do anterior governo de Santana Lopes e daí os discursos cautelosos que prometiam oásis de felicidade quando, era bom de ver, absolutamente nada fazia antever essa possibilidade.
Eu próprio, recordo o discurso de campanha que ele fez na passagem por Santarém e por muito atento que tivesse estado garanto que não foram proferidas palavras como: sacrifício, esforço, trabalho, rigor, contenção ou qualquer uma de tantas outras com significado idêntico no que logo me pareceu uma desonestidade política porque era impossível, na situação de descalabro em que as finanças públicas se encontravam, que a recuperação pudesse acontecer sem os sacrifícios da população, fossem eles quais fossem.
No entanto, considerando a forma como hoje se faz política, estas “pequenas desonestidades” não são levadas em grande linha de conta com o argumento de que todos usam os mesmos artifícios e as mentiras em política não têm o mesmo valor que as outras (…quando o deviam ter mais.)
Mas o país, lá no seu íntimo, mesmo inconscientemente, esperava Reformas Estruturais na convicção de que sem elas se caminhava para uma espécie de buraco negro para onde se entra sem se saber como se sai dele e Reformas profundas, já se sabe, impõem sacrifícios porque mexem em interesses há muito tempo instalados.
Por esta razão, aquelas mentiras, aquele discurso cor-de-rosa, enganador, não me pareceram, na altura, muito importantes confrontado com a missão épica das Reformas que amplamente diagnosticadas e reclamadas sempre tinham sido adiadas desde Cavaco Silva, conquistador de duas maiorias absolutas com as quais governou o país durante 10 anos consecutivos (1985/1995).
Agora, passados dois anos, apesar de tudo, bem ou mal, a descontente mais que a contente, com greves e muitas reclamações pelo meio e outras que se anunciam, alguma coisa já mexeu ou está a mexer e a prova disso é que a minha reforma de Aposentado, depois de 6 anos sem qualquer alteração, finalmente, neste ano de 2007, diminuiu de valor.
Não, não refiro o meu caso para protestar contra as falsas promessas de José Sócrates que eu já sabia que tinham de ser falsas quando as ouvi no seu discurso de campanha no belo anfiteatro do CNEMA de Santarém.
Refiro-o por duas outras razões:
1ª- Considero que o dinheiro que recebo a menos todos os meses é o meu pequeno contributo para o défice das Contas Públicas a menos de 3% e um sinal de solidariedade para com todos os meus concidadãos que estão e vão ser muito mais atingidos do que eu fui;
2ª Aproveitar para deixar um protesto contra os milhões e milhões de euros que saem do erário público para ordenados e horas extraordinárias de centenas de assessores, para além dos necessários, que enchem Ministérios, Autarquias e Empresas Públicas por esse país fora, para já não falar nas indemnizações escandalosas de uma certa “casta” de senhores que vão passando de empresa pública para empresa pública no exacto e respeitoso cumprimento das condições estabelecidas nos Contratos que celebram.
Mas, também aqui, nada de surpreendente. As crises, com o sacrifício da generalidade da população, em vez de acalmarem a voracidade dos “abutres” aguçaram-lhes, ainda mais, os apetites.
A Democracia só não é perfeita porque a cultura em que ela se exerce não a respeita e nós somos, em grande parte, o resultado dessa cultura desenvolvida ao longo de um processo histórico não só de 50 anos de fascismo mas de 500 anos de obscurantismo ao longo dos quais, poucas vezes, portugueses de indiscutível valor, tiveram a oportunidade de deixarem a sua marca na governação do país.
Insistir na democracia, na liberdade, nos direitos dos cidadãos, na denúncia pública e condenação de todos os comportamentos ilegais ou eticamente reprováveis, venham de onde vierem, é o único caminho a prosseguir, o resto… é trabalho competente e imaginativo.
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