sexta-feira, agosto 17, 2012

JOSÉ SARAMAGO

Pessoalmente, adoro ficar "pendurado" numa boa conversa daquelas que espevita e desperta a nossa atenção embora, nos dias de hoje, as palavras, a esmagadora maioria das que ouvimos, não nos dizem nada, martelam-nos os ouvidos, simplesmente. É uma pena que isso aconteça às palavras... Eu sou um admirador de José Saramago e orgulho-me que ele seja português mas seria seu admirador fosse qual fosse a sua nacionalidade. Estava em férias, lendo um livro seu,  com ele na mão, quando foi anunciada a atribuição do Prémio Nobel. Em José Saramago encontraram-se duas pessoas: por um lado, um escritor notável e, por outro, um político completamente empenhado e interventor no destino da sua sociedade. Por isso ganhou inimigos em vida porque ele tomou partido, denunciou o sistema político instalado, denunciou a mentalidade religiosa,  parte dela perigosa, agressiva, fundamentalista, que nos persegue, os interesses que nos dominam e fez isto pela palavra escrita escrita e falada.
Esta é uma longa entrevista que não espero que a ouçam, pelo menos toda  de uma vez. Não é preciso concordar com ele, essencialmente, é confrontar o que ouvimos com o que nós próprios pensamos sobre o que ele diz. O mais preocupante é a sua genuína desconfiança sobre o futuro da humanidade porque, este "homem não tem remédio" diz Saramago logo no início da conversa e eu comungo, ajudado pela crise que estamos a viver, com essa dúvida... parece mesmo não ter remédio... "homem lobo do homem".  Resta-nos esperança.

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