sexta-feira, julho 26, 2013

A Tradição também se vende...



Não sou inglês e muito menos monárquico. Mas, por nascimento, poderia ter sido britânico. Por convicção nunca poderia ser monárquico. Privilégios de classe por nascimento, do estilo “sangue azul, sempre chocaram comigo. Claro que me dirão: e então os filhos dos ricos não são privilegiados de nascença?

 - É verdade, mas ricos sempre os houve… e quantos não nascem ricos e acabaram pobres? A riqueza não é qualidade inerente, qualquer um pode ser rico, é uma contingência da vida… mas ser nobre… príncipe, aí, fia mais fino… é o supra-sumo do privilégio: nasce-se, morre-se e transmite-se geração após geração.

Teve a sua história, era garantia de poder e riqueza na Europa que com os excessos de casamentos consanguíneos deu naquilo que deu…

Hoje, “o sangue real”, especialmente o britânico, faz as delícias das revistas cor-de-rosa, da imprensa e da televisão porque a plebe sempre viveu fascinada por esta gente desde os tempos em que se passeavam de coche ostentando os seus dourados perante os olhares arregalados da população maltrapilha.

Mas eu que sou português, republicano e não tenho nada a ver com eles, pensava eu… já não posso mais com aquela mamã, aquele bebé e tudo quanto à volta dele se passa e que me é vendido a toda a hora.

Há dias que ligo a televisão, abro os jornais e deparo com um jovem casal inglês que esperava um filho que já nasceu e provocou um tal reboliço que até o nome da criança foi objecto de ensaio das mulheres, aqui do nosso bairro da Picheleira, para ver se soava bem...

Entretanto, temos uma ministra, portuguesa, que vai ser novamente mãe e só o sabemos porque o seu estado é indisfarçável quando aparece em actos públicos.

Aquele povo conquistou um império, pôs o mundo a falar a sua língua, inventou e divulgou tudo, ou quase tudo, quanto é desporto e agora vende-nos as suas tradições com princesas e príncipes, no nascimento e na morte, como se fôssemos todos ingleses.

Não posso deixar de admirar aquela gente!

Site Meter