quarta-feira, julho 31, 2013

FAUNA AFRICANA

Conheci-os aos milhares, primeiro sobrevoando-os numa pequena avioneta pilotada pelo meu amigo Jorge, depois, cá em baixo, em cima de um Unimog, daqueles que andam na terra, em zonas pantanosas e até atravessam rios. Eles eram uma linha negra, contínua, no horizonte e nós, a passo de unimog, fomos-nos aproximando e a manada abriu para passarmos... mais de 5.000, 10.000, 20.000, como contá-los?... Eram tantos, a perder de vista! E depois daquela havia mais manadas .Estávamos em 1973/4, nos tandus do Marromeu, vivia a maior concentração de búfalos do mundo, a norte da cidade da Beira, em Moçambique, que ainda era colonial, por pouco tempo , é certo, mas ainda lá estavam os búfalos todos... A 40 anos de distância no tempo e a muitos milhares de quilómetros de caminho... gostava de lhes agradecer por terem-me recebido tão bem..."


Maputo, Quarta-Feira, 19 de Dezembro de 2012:

Notícias
Na Reserva Especial assim como em todo o complexo de Marromeu se observam algumas degradações da vegetação devido ao corte desregrado de madeira, o fabrico de carvão, corte de estacas, barrotes, queimadas descontroladas, extracção do mel, abertura de campos de cultivo, abertura de áreas para habitação e outras motivações.  
A vegetação da reserva, na região do Delta do rio Zambeze, é predominantemente de espécies endémicas de palmeiras dos géneros Borassus (palmeira alta), Borassus aethiopum, localmente, conhecida como "midicua", muito utilizada para barrotes na construção de casas; e Hyphaene (palmeira baixa), Hyphaene coriacea e Phoenix reclinata, conhecidas localmente, como "micheu" donde se extrai a sura (bebida tradicional), muito consumida pelos habitantes do Delta e são as maiores vítimas da destruição pelas comunidades locais.  
As espécies de plantas mais exploradas na Reserva de Marromeu são, designadamente palmeira alta e baixa (usadas para o fabrico de canoas e bebidas), capim (para cobertura de casas), chanfuta, mutondo, metil (também conhecida por njale), mondzo e mabungue.
No entanto, o conflito é mais notório nas zonas altas do Complexo de Marromeu bem assim como ao longo do rio Zambeze e outras áreas de conservação. A título de exemplo, em 2011 foram registados 22 casos de conflito que resultaram em igual número de óbitos, enquanto no primeiro semestre de 2012 registaram-se 12 casos. Os animais tidos como mais problemáticos foram hipopótamos, crocodilos, búfalos e elefantes.

Nota - A natureza e os seus animais, em casos de conflito dos povos no continente africano, são sempre o elo mais fraco, os grandes sacrificados... com as mulheres e as crianças.

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