quarta-feira, janeiro 15, 2014

Gestão de expectativas...
A Ucrânia

 e a União 

Europeia





No fim das negociações do governo de Kiev com a União Europeia pode-se perguntar:

 - Se Bruxelas tivesse condições para socorrer Kiev e impor uma doutrina reformista, como aconteceu com Portugal, deveria tê-lo feito?

Dizendo de outra maneira, o alargamento da União Europeia será uma prioridade?

Isto não foi objecto de debate na política europeia e, tal como Salazar não discutia a pátria, os europeus também não discutem os méritos do alargamento.

Com excepção do eterno caso turco – preconceitos étnicos-religiosos  pouco se discutiu o impacto do alargamento a leste para países como Portugal, da precipitação em integrar a Bulgária e a Roménia sem políticas de anti-corrupção e da adesão de Chipre sem se resolver o problema com Ancara.

Não sofre contestação que uma União Europeia alargada com critério e bom senso é positivo como espaço de liberdade, democracia, primado da lei e economias abertas.

Mas, na prática, nem tudo o que parece é. Para quê acenar com a adesão ao povo da ucraniano se, na prática, a União Europeia mal consegue gerir-se a 28, garantir coesão política sustentável ou acondicionar democracias de sucesso mínimo (veja-se a Hungria de Orbán).

A gestão das expectativas é um dos grandes problemas da política e, relativamente à União Europeia um dos seus dilemas.

O que é que se pretende:

 - Fazer da Ucrânia a fronteira da Europa com a Rússia ou a fronteira Russa com a Europa. Este é um debate político que tem de ser feito.

Bernardo Pires de Lima
Investigador universitário 

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