Ele disse que lutou pela democracia antes e depois do 25 de Abril... |
«Lutámos pela democracia antes e depois do 25
de abril.» - disse Cavaco Silva na cerimónia de Comemoração dos 104 anos da proclamação da República.
Já homem feito, Cavaco Silva teve um comportamento ignóbil na PIDE, ao
intuir que a polícia política do Estado Novo poderia não ver com bons olhos que
ele se relacionasse com o sogro, por este se ter casado de novo. Com efeito,
numa ficha da PIDE que fora obrigado a entregar, Cavaco não hesitou em
escrever, num espaço de preenchimento facultativo, que «não priva» com a segunda mulher do sogro, dando o nome completo da
senhora.
Mais do que ter sossegado a PIDE, comunicando-lhe «não exercer qualquer actividade política» e considerar-se «integrado dentro [sic] do actual regime político», foi a atitude em relação ao sogro que revelou a têmpera, o carácter e a probidade de Cavaco Silva.
Mesmo depois do 25 de Abril, Cavaco Silva demonstrou em múltiplas situações que a sua adaptação ao regime democrático foi uma tarefa penosa, quando não mesmo inconseguida.
Mais do que ter sossegado a PIDE, comunicando-lhe «não exercer qualquer actividade política» e considerar-se «integrado dentro [sic] do actual regime político», foi a atitude em relação ao sogro que revelou a têmpera, o carácter e a probidade de Cavaco Silva.
Mesmo depois do 25 de Abril, Cavaco Silva demonstrou em múltiplas situações que a sua adaptação ao regime democrático foi uma tarefa penosa, quando não mesmo inconseguida.
Desde logo em relação à Constituição da República, que,
enquanto Presidente da República, jurou cumprir e fazer cumprir. Num discurso
proferido em 19 de Maio de 1990, o então primeiro-ministro sustentava que a
Constituição submetia o país a uma «tutela colectivista imposta pelo golpe
comunista e socialista do 11 de Março», que teria como propósito a «perpetuação de uma orientação marxista e
socializante para a sociedade portuguesa» e que fora aprovada num
processo que «não respeitou a dignidade
de Portugal nem os nossos mais legítimos interesses» (artigo publicado
no Jornal de Notícias, em
25.4.1994).
É este Cavaco Silva — que recusou atribuir a Salgueiro Maia uma pensão, mas que concordou com a atribuição de pensões a dois ex-inspectores da PIDE, um dos quais estivera envolvido nos disparos sobre a multidão concentrada à porta da sede daquela polícia política — que tem o desplante de se incluir entre os que lutaram pela democracia antes e depois do 25 de Abril?
É este Cavaco Silva — que recusou atribuir a Salgueiro Maia uma pensão, mas que concordou com a atribuição de pensões a dois ex-inspectores da PIDE, um dos quais estivera envolvido nos disparos sobre a multidão concentrada à porta da sede daquela polícia política — que tem o desplante de se incluir entre os que lutaram pela democracia antes e depois do 25 de Abril?
Miguel Abrantes.
Nota - Como é que este homem, com este carácter, consegue estar na crista da onda da política portuguesa durante 20 anos, como 1º Ministro e Presidente da República?
- O povo português que votou nele que responda.
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