quinta-feira, dezembro 11, 2014

Nem o nome do seu avô conseguiu salvar...
Castelo de Cartas














Afinal, o “Dono Disto Tudo”, Ricardo Espírito Santo, era apenas o “Dono de um Castelo de Cartas” daqueles que quando se dá um piparote numa  delas as outras caem de seguida.

Que desilusão! – O país estava convencido, em parte pela maioria de uma imprensa que sempre o tinha venerado, que ele era um homem de sucesso, daqueles mesmos bons na sua profissão, dono de um Banco que era o suporte de uma boa fatia da economia nacional.

Quer se gostasse ou não, ele, o Zé Mourinho e o Cristiano Ronaldo, eram nossos motivos de orgulho. O melhor banqueiro, o melhor treinador de futebol e o melhor jogador. Que raio, no meio de tanta incompetência havia de haver alguém para afagar o nosso orgulho e auto estima, especialmente nestes tempos das troykas, Vistos Gold, chineses e angolanos que nos vão despojando de tudo.

Ficámos apenas, e já não é pouco, com o melhor treinador e jogador, Ricardo Salgado, afinal, não terá passado de um engenhoso e hábil mentiroso que dominava a família e colaboradores com mão-de-ferro para ocultar uma obra de fachada tanto maior quanto a fraude que a criou e sustentou aqui e por vários países do mundo, num crescendo que não tem paralelo na história do país.

Eu ouvi e nem queria acreditar que o homem que era “o dono disto tudo” tinha duas irmãs, senhoras como ele herdeiras de um Banco iniciado por um seu avô, que faziam bolos à noite para venderem de dia nas pastelarias e restaurantes lá do bairro...

Aquele homem de ar soberbo, impante de poder, o mais rico de Portugal, tinha contra si, com certeza, o ódio oculto ou dissimulado de toda a família de quem ele era, alegadamente, era o protector.

Agora, com 70 anos de uma vida vivida, por certo em grande tensão, imaginando esquemas, puxando cordelinhos, fazendo crescer o “barco” para o poder equilibrar ao nível das águas, apostando sempre numa estratégia de dimensão, Ricardo Salgado sempre acreditou que se chegasse o momento da “verdade”, o seu tamanho comparado com a pequenez do país seria suficiente para que o Governo lhe deitasse a mão num cálculo de mera aritmética de escolha de entre dois males o menor.

Não foi assim, ninguém lhe deitou a mão, e nem o nome do seu avô, José Maria do Espírito Santo Silva, filho de pai incógnito, nascido em 1859, se salvou e com ele a reputação. Ou seja, o leopardo perdeu a vida e a pele.

Até morrer irá ter à perna processos em Tribunais e ao seu lado advogados para lhe sugarem as contas dos offshores.

Nós, portugueses, perdemos um “ídolo” que tinha pés de barro, ou melhor, de chumbo porque o peso das dívidas que deixou ainda devem ajudar a afundar mais o país.

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