Lenda do Alfageme de Santarém
Fernão Lopes, na sua Crónica do
Condestável, deixou para a posteridade esta lenda do alfageme Fernão Vaz, o mais
reputado da região de Santarém, que à custa de muito trabalho tinha amealhado
uma pequena fortuna que, diziam as más línguas, lhe tinha permitido casar com a
bela Alda Gonçalves, que em tempos tinha sido uma apaixonada de D. Nuno Álvares
Pereira, o Condestável.
Ora aconteceu que um dia D. Nuno Álvares Pereira
apareceu à porta de Fernão Vaz e lhe pediu para corrigir a espada. Estava o
alfageme a esboçar uma desculpa porque já tinha chegado ao fim do seu dia de
trabalho quando se deu conta de quem tinha na sua presença.
Apresentou-se e
disse-lhe que tinha casado com Alda Gonçalves, o que provocou uma certa emoção
no Condestável que lhe deixou a espada para ser reparada.
Quando o alfageme chegou a casa contou o sucedido a sua mulher que chegou a temer pela vida do seu marido, mas que logo sossegou quando este lhe disse que D. Nuno tinha vindo por bem.
No dia seguinte, o alfageme entregou a espada ao Condestável mas não lhe quis cobrar pelo trabalho e que lhe disse que quando D. Nuno se tornasse conde de Ourém lhe pagaria o que ele merecesse.
Quando o alfageme chegou a casa contou o sucedido a sua mulher que chegou a temer pela vida do seu marido, mas que logo sossegou quando este lhe disse que D. Nuno tinha vindo por bem.
No dia seguinte, o alfageme entregou a espada ao Condestável mas não lhe quis cobrar pelo trabalho e que lhe disse que quando D. Nuno se tornasse conde de Ourém lhe pagaria o que ele merecesse.
Os tempos que se seguiram revelaram-se difíceis para o alfageme. Invejas e intrigas fizeram com que fosse preso e condenado à morte.
Inconsolável, Alda decidiu procurar D. Nuno Álvares Pereira, agora conde de Ourém, e pedir-lhe ajuda embora temesse alguma despeita provocada pelo passado.
Com grande nobreza de alma, o Condestável conseguiu o perdão real para Fernão Vaz, cumprindo-se assim a profecia do alfageme de Santarém.
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