quinta-feira, novembro 05, 2015

O Ministro Calvão e Silva
O Ministro Calvão e 

Silva















Falámos dele ontem, aqui, a propósito da sua visita a Albufeira, para se mostrar ao país e fazer a avaliação dos estragos provocados pelas fortes chuvadas.

Impõe-se uma primeira correcção, que não sendo de coisa muito importante, deve ser feita:

- Calvão e Silva não sujou na lama das ruas os seus lustrosos sapatos pela simples razão de que, à saída do automóvel ministerial, os substituiu por galochas que são, neste momento, a peça de calçado mais em voga por aqueles sítios.

É sempre assim, atrás de cada catástrofe há sempre um negócio à espera. Lembro-me, de repente, dos guarda-chuvas nas manifestações de Hong-Kong, também elas acompanhadas de fortes e prolongadas chuvas.

Depois, tivemos, por parte de Calvão e Silva, durante a sua visita, as insistentes referências a Deus e aos fenómenos naturais como instrumentos por Ele manipulados para mostrar a sua amizade ou inimizade pelos homens, vítimas indefesas.

Conhecendo o clima algarvio como conheço, posso afirmar, que ele, o Deus de Calvão, é muito mais amigo do que inimigo daquelas gentes.

Mas, adiante. Se revelarmos que Calvão e Silva, aos 12 anos de idade, foi bater à porta de um Mosteiro, o de Singeverga, em Santo Tirso, como candidato à vida monástica, começam a acender-se luzinhas no meu pensamento.

Foi lá, nesse Mosteiro, que o jovem Calvão e Silva, cresceu e se fez homem, saudável, forte e inteligente e, inevitavelmente, temente e respeitador a Deus.

Por essa mesma idade, entrei eu, em regime de semi-internato, para um colégio de jesuítas onde fui sujeito a essa espécie de lavagem ao cérebro que consiste em rezar a propósito de tudo e de nada: antes das aulas, depois das aulas, antes das refeições, depois das refeições, o Terço a meio da tarde, a missa ao Domingo com confissão e comunhão e ainda... para fazer a digestão destas doses diárias de rezas, os “retiros espirituais”, isto em crianças...

O regime a que estive sujeito durante dois anos não teve nada a ver com a vida num mosteiro, a respirar o ar húmido e frio das paredes tristes impregnadas de religiosidade que, inevitavelmente, marcam qualquer um para o resto da vida, especialmente quando se é tão jovem.

Por alguma razão puseram na boca de Jesus as palavras: “deixai vir a mim as criancinhas”...

Este governo de direita está a “puxar” cada vez mais à religião com citações bíblicas ou do Papa Francisco que diz o que diz para ser ouvido e influenciar positivamente a sociedade em que vivemos, não tenho dúvidas.

Mas o Papa Francisco não é o Sumo Pontífice da ética, embora esteja a ser “servido” como o único e maior detentor da bondade, humanismo, igualdade e respeito pelo o outro, por muita gente, incluindo alguns Bispos, como o Cardeal de Lisboa, D. Manuel Clemente, que nos vem dizer que o país devia ser governado por uma coligação PSD-PS-CDS.

Há, portanto, muitos políticos fazer carreira às cavalitas de Deus, numa sociedade predominantemente católica, e muitos Bispos a quererem fazer de políticos.

Calvão e Silva não quer fazer carreira política às cavalitas de Deus.

Ele foi marcado por um ferrete em tenra idade no Mosteiro de Singeverga, de Santo Tirso, e mesmo que tente controlar-se não consegue evitar o que já faz parte de si próprio: as permanentes referências a Deus e à  Bíblia.  

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