O Ministro Calvão e Silva |
O Ministro Calvão e
Silva
Falámos dele ontem, aqui ,
a propósito da sua visita a Albufeira, para se mostrar ao país e fazer a
avaliação dos estragos provocados pelas fortes chuvadas.
Impõe-se uma primeira correcção, que não sendo de coisa muito
importante, deve ser feita:
- Calvão e Silva não sujou na lama das ruas os seus lustrosos
sapatos pela simples razão de que, à saída do automóvel ministerial, os
substituiu por galochas que são, neste momento, a peça de calçado mais em voga
por aqueles sítios.
É sempre assim, atrás de cada catástrofe há sempre um negócio à
espera. Lembro-me, de repente, dos guarda-chuvas nas manifestações de
Hong-Kong, também elas acompanhadas de fortes e prolongadas chuvas.
Depois, tivemos, por parte de Calvão e Silva, durante a sua visita, as insistentes referências a Deus e aos fenómenos
naturais como instrumentos por Ele manipulados para mostrar a sua amizade ou
inimizade pelos homens, vítimas indefesas.
Conhecendo o clima algarvio como conheço, posso afirmar, que ele, o Deus de Calvão, é
muito mais amigo do que inimigo daquelas gentes.
Mas, adiante. Se revelarmos que Calvão e Silva, aos 12 anos de
idade, foi bater à porta de um Mosteiro, o de Singeverga, em Santo Tirso, como
candidato à vida monástica, começam a acender-se luzinhas no meu pensamento.
Foi lá, nesse Mosteiro, que o jovem Calvão e Silva, cresceu e se
fez homem, saudável, forte e inteligente e, inevitavelmente, temente e
respeitador a Deus.
Por essa mesma idade, entrei eu, em regime de semi-internato, para
um colégio de jesuítas onde fui sujeito a essa espécie de lavagem ao cérebro que
consiste em rezar a propósito de tudo e de nada: antes das aulas, depois das
aulas, antes das refeições, depois das refeições, o Terço a meio da tarde, a
missa ao Domingo com confissão e comunhão e ainda... para fazer a digestão
destas doses diárias de rezas, os “retiros espirituais”, isto em crianças...
O regime a que estive sujeito durante dois anos não teve nada a
ver com a vida num mosteiro, a respirar o ar húmido e frio das paredes tristes
impregnadas de religiosidade que, inevitavelmente, marcam qualquer um para o
resto da vida, especialmente quando se é tão jovem.
Por alguma razão puseram na boca de Jesus as palavras: “deixai vir
a mim as criancinhas”...
Este governo de direita está a “puxar” cada vez mais à religião
com citações bíblicas ou do Papa Francisco que diz o que diz para ser ouvido e
influenciar positivamente a sociedade em que vivemos, não tenho dúvidas.
Mas o Papa Francisco não é o Sumo Pontífice da ética, embora
esteja a ser “servido” como o único e maior detentor da bondade, humanismo,
igualdade e respeito pelo o outro, por muita gente, incluindo alguns Bispos, como o Cardeal de Lisboa, D. Manuel
Clemente, que nos vem dizer que o país devia ser governado por uma coligação
PSD-PS-CDS.
Há, portanto, muitos políticos fazer carreira às cavalitas de Deus,
numa sociedade predominantemente católica, e muitos Bispos a quererem fazer de
políticos.
Calvão e Silva não quer fazer carreira política às cavalitas de
Deus.
Ele foi marcado por um ferrete em tenra idade no Mosteiro de Singeverga, de Santo Tirso, e mesmo que tente controlar-se não consegue evitar o que já faz
parte de si próprio: as permanentes referências a Deus e à Bíblia.
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