Esta Quadratura era bem mais fácil... |
Orçamento de Estado
ou a
Quadratura do Círculo
Num país pobre, pequeno e endividado, como o nosso, em
que as pessoas não desistem de viver melhor, a elaboração do Orçamento do
Estado, todos os anos, é uma dor de cabeça.
Um drama que entrou claramente pelo ano a que diz
respeito porque o majestático e incompetente Presidente que ainda lá está, fez
questão de passar mais um Natal com a sua Maria no Palácio de Belém, marcando
as eleições legislativas para Outubro quando deveriam ter ocorrido em Julho, atrasando, por sua vez, as presidenciais.
Estamos, pois, em Fevereiro, a discutir um Orçamento
que, no interesse do país, já deveria ser um assunto arrumado.
António Costa, perde as eleições que tinha todas as
condições para ganhar, e “arrancou” com um governo que nos surpreendeu a todos
libertando-nos, é certo, daquele presunçoso que dá pelo nome de Passos Coelho.
- Mas, a que preço?
Hoje, sexta-feira, a minha neta não teve aulas porque
os professores fizeram greve devido a uma reivindicação ligada às 35 horas de
trabalho.
Ora bem, das duas, uma:
- Ou a
Intersindical já não é a correia de ventoinha do PCP que suporta o governo;
- Ou a estrutura sindical está sedenta de protagonismo
e deseja um governo de direita que lhe dê sérias razões para fazer greves e vir para as ruas desfilar
em nome do povo unido...
Costa, diz que não cede em Bruxelas em matéria de
Orçamento para poder dar satisfação aos compromissos que assumiu com os
partidos à sua esquerda que o suportam, mas a situação, no entanto, não está para bravatas.
Basta que uma empresa de rating, sediada em Toronto, a
DBRS, se vá juntar às outras três, despromovendo a nossa dívida para “lixo” e
os juros que pagamos irão disparar.
Quatro empresas de "rating" dando-nos essa classificação
e o Banco Central Europeu, que nos beneficia com os seus financiamentos
baratos, ao tesouro e às empresas, 2,8% a 10 anos, abaixo do mínimo histórico
anterior à crise, deixará de o fazer, quando nos preparamos, este ano, para
obter créditos ente 18 a
20 mil milhões de euros.
E quem é que nos chama a atenção para este risco? – A Troyka
que chegou há pouco dias a Lisboa!...
E agora, dizem-nos, comentadores isentos, que a nossa
proposta de Orçamento é opt imista,
demasiado voluntarista...
Agradar à Ana Voiola, da Inter-sindical, ao PCP a
recuperar dos votos que o seu candidato perdeu, ao Bloco de Esquerda, “inchado” com os
votos da Marisa Matias... e a Bruxelas, parece-me uma nova Quadratura do Círculo
em que António Costa
se meteu.
Gosto dele, desejo-lhe as maiores felicidades, mas começo a temer que seja demasiado ambicioso do ponto de vista político.
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