quinta-feira, fevereiro 11, 2016

Assim Nasceu Portugal
(Domingos Amaral)

Episódio Nº 187



















Teresa de Celanova olhou-o, transtornada:

 - Isso é uma injustiça! Salvei Guimarães e agora não me deixam ir?

Senti que era tempo de intervir e aproximei-me da esposa de meu pai. Tocando-lhe no braço amavelmente, disse.

 - A Maria está grávida e não tem passado bem, depois da cavalgada que fizemos a fugir de Braga. Gostava de vos pedir ajuda.

Num primeiro momento, em que o desejo de partir era ainda mais forte do que o sentimento de solidariedade com a nora, Teresa de Celanova continuou irritada, mas pouco depois cedeu perante minha insistência e sorriu, para nosso alívio.

Por fim, meu tio Ermígio Moniz, propôs:

 - Iremos os quatro. Afonso Henriques, Egas, Lourenço e eu.

Paio Mendes e João Peculiar regressam a Braga.

Do fundo da mesa, Gonçalo perguntou:

 - E eu?

Teresa de Celanova, fingindo-se zangada, repreendeu-o

- Ides para casa de vosso pai, para serdes educado outra vez!

Enquanto saíamos da sala a rir, notei que Gonçalo permanecia sentado e contrariado.

Afonso Henriques perguntou-lhe o que se passava e ele respondeu:

 - A Zaida está em Tui. Prometeu casar comigo, se a levasse a Córdova.

O príncipe, percebendo o desejo dele disse-lhe:

- Ide preparar-vos, vindes também.

No final do dia, a única pessoa que ficou furiosa por não peregrinar até Compostela foi Raimunda, que o príncipe não autorizou que nos acompanhasse.


O motivo era óbvio, sendo também o maior temor da minha prima. Afonso Henriques sabendo que Paio Soares estava para Coimbra, queria visitar Chamoa em Tui, no regresso de Compostela.

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