domingo, fevereiro 14, 2016

Muralhas de Santarém

Hoje É Domingo



(Na minha cidade de Santarém em 14/2/16)
















Nicolas Maduro, Presidente da Venezuela, criou o Ministério da Agricultura Urbana, uma forma imaginativa de levar a população das cidades a produzir alimentos nas casas, utilizando as varandas para criar galinhas, tomates e limões.

É razão para dizer: “Deus nos livre das riquezas do petróleo...”. Uma nota de cem bolívares, a maior, vale hoje catorze cêntimos e a inflação, que em 2015 foi de 275%, espera-se que este ano passe para 720%.

A Venezuela, detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, é a que tem agora a economia mais pobre de todos.

As farmácias já não dispõem de grande parte dos medicamentos, desde anti-bióticos a outros para tratar o cancro e sida, o que dá uma ideia da gravidade da situação, herança de Chaves, o grande líder, já falecido, venerado, e que nos visitou no tempo de Sócrates.

Farto de bichas para comprar tudo e o mais que seja, um venezuelano disse para o amigo: -  “Vou matar o Maduro”... Passado tempos voltaram a encontrar-se: - “Então? – perguntou a amigo. – Desisti, a bicha ainda era maior!

A mentira e a demagogia como política que levam à entronização dos chefes, quase santificado pelo seu herdeiro após a morte, no caso de Chaves, acabam com estes resultados e eu receio, pela quantidade destas situações, que isto tenha alguma coisa a ver connosco, latinos, que há séculos colonizamos aquelas terras...

Tenho pena dos venezuelanos e dos nossos compatriotas, a segunda maior comunidade de portugueses, entre a primeira e segundas gerações, que ali vivem, pela “ginástica” que têm de fazer nas suas vidas para sobreviverem porque aquela sociedade está a desagregar-se tal como existia.

Os mitos caíram, as promessas desfizeram-se, a devoção a Deus e aos santos não serviram para nada, pois até a seca atingiu o país levando as águas das albufeiras e barragens para níveis drásticos com as inevitáveis consequências  na produção da energia eléctrica.

Mais de um milhão de compatriotas nossos, alguns deles que ontem eram ricos, passam hoje por estes problemas arriscando a vida numa sociedade onde o crime prolifera cada vez mais.

Aqui, vivemos numa Europa governada pelos alemães que, em sentido oposto, conduzem a política.

Praticamente sem inflação, com reduzido poder de compra de largas camadas da população, sem estímulos ao investimento a economia arrasta-se em marasmo e o desemprego estagna mas... nada falta nas prateleiras dos supermercados, o crime está perfeitamente contido, a lei aplica-se e a justiça vai funcionando.

...Vamos ter de alargar os nossos horizontes, moderar as nossas ambições e pensar o mundo como um local de alto risco para se viver.

 

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