domingo, março 27, 2016

A minha cidade de Santarém
Hoje é Domingo
(Na minha cidade de Santarém em 2773/16)
















Hoje é Domingo, um Domingo especial, em que os crentes católicos, celebram a Páscoa, a ressurreição de Cristo que saiu do túmulo ao terceiro dia para subir ao céu e sentar-se à direita de Deus Todo – Poderoso.

Efectivamente, é só a partir deste dia, que o Movimento desencadeado por Jesus se transforma realmente em religião, porque o seu representante na terra se liberta do mundo dos mortos, sobe ao céu e, ele próprio adquire também o poder de ser Deus.

A ressuscitação não era, propriamente, um fenómeno inédito e desconhecido entre o povo hebraico daquela época de domínio dos romanos, sendo as mulheres, e mais concretamente as mães, as grandes responsáveis pois não aceitavam separarem-se dos seus filhos, mortos muito jovens, na flor da idade por actos de heroísmo contra os opressores.

Ver desaparecer um jovem filho, na força da vida, representava um desgosto para além dos limites da capacidade de o suportarem.

De qualquer forma, a forte recordação de um ente querido que por força da saudade que nos provoca, continua a viver nas nossas memórias constituindo-se, numa espécie de ressurreição. Todo o culto dos mortos não passa de processos de ressurreição.

No caso de Jesus, foram também as mulheres, presentes na sua morte, junto à cruz onde foi crucificado pelos romanos, e que, ao terceiro dia, foram também elas que mais de perto testemunham este acontecimento.

«Ele não morreu, continua entre nós...» e deste forte desejo nasce a ideia de uma realidade, indiscutível para os crentes católicos, em que ele subiu aos céus e hoje o podem adorar sentado à direita de Deus Padre Todo- Pderoso.

A crença tem disto, para ela não há impossíveis, basta acreditar, da mesma forma que muitas gerações atrás, os primeiros humanos e pré-humanos, acreditaram que cortando o pescoço a uma cabra faria chover e assegurava a sobrevivência.

Durante milénios as nossas crianças foram ensinadas a acreditar em coisas que faziam todo o sentido para não morrerem precocemente e em outras que não tinham pés nem cabeça de tal forma.

E a crença lá ficou, inscrita nos nossos cérebros como um hardwere no nosso computador e tem servido às mil maravilhas a todas as religiões.

A pouco e pouco, o software de cada um de nós tem vindo a pôr alguma ordem naquilo em que acreditamos. Passamos a exigir evidências como condição para acreditar.

Parece que as religiões, com tudo aquilo que lhes está associado, fornecem algum conforto aos “pobres” humanos.
Pessoalmente, sinto muitas dúvidas. Viver infernizado pela esperança do céu ou a ameaça do inferno não me parece grande conforto.

Prefiro apenas viver a minha condição de humano que começou no momento do nascimento e desaparecerá com a minha morte, sem temores nem esperanças.


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