termos do contrato.... |
O Acto de Rezar
Na concepção de um verdadeiro crente da
religião católica, rezar é um acto de humildade, de submissão ao Senhor, tão Poderoso, que tudo Pode!...
Por isso, justifica-se o gesto,
ajoelhado, cabeça curvada em resignação ou de olhos postos, ao alto, num
encantamento radioso...
Venerar o Senhor, é um comportamento a
que o homem está habituado desde que a humanidade se dividiu entre fracos e
poderosos. Ontem, como hoje, a dependência gera a submissão, que pode ser por
um lugar no céu mas também por um emprego que assegure o sustento da família.
O céu e o inferno tanto podem ser no
outro mundo como neste só que, aqui ,
as coisas são mais certas e reais.
João Paulo II continua a repetir que foi
a Srª de Fátima que lhe salvou a vida, desviando a bala do turco Ali Agca, em
Roma, a 13 de Maio de 1981 e, por isso, voltou repetidamente a Fátima para rezar em agradecimento.
A reza é, pois, um negócio, um trato, um
ajuste, em que o crente suplica ao senhor que lhe dê vida e saúde, o defenda
das balas assassinas e, em troca, presta-lhe adoração, reza, obedece a todos os
preceitos religiosos.
Se eu estivesse presente, naquele
momento, encarregue da segurança do Papa e tivesse desviado o braço do
assassino de forma a evitar o tiro fatal, o mérito nunca seria meu, mas da Srª
de Fátima, que teria manobrado o meu braço no movimento salvador.
A crença, transforma em acto de Deus, um gesto que é
deste mundo, que dispensa rezas e apenas exige competência de quem está
encarregue da segurança, e sorte..., o aleatório, que sempre se presta a ser
entendido como “coisa” da vontade reservada aos deuses.
Toda a religião é um “negócio” e a reza
a conversa do negócio, o ajustar dos termos, com promessas e juras que, da
nossa parte, cumpriremos integralmente, esperando que o Senhor faça a sua.
Toda a estrutura humana e logística de
uma religião está ao serviço deste “negócio”.
Grandes, enormes e resplandecentes edifícios,
obras monumentais que impressionam os crentes e os fazem sentir pequeninos e
humildes na hora da reza, reforçam a força do pedido, tornam-no mais solene
porque, está mesmo a ver-se, que rezar aos pés da cama não é, nem pode ser, a
mesma coisa que rezar na Basílica de São Pedro, em Roma...
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