Neste momento não sabemos nada de nada. Se a Inglaterra fica ou sai, se a Comunidade Europeia permanece ou vai cada um para seu lado e todos ao molho, se aceitamos ficar com os refugiados da Síria que atravessam o Mediterrâneo ou se os vendemos ao Erdogran, na Tur
Estamos nestas indecisões perigosas que caminham no sentido
contrário ao bom senso, irracionais, violadoras dos ensinamentos contidos nas
histórias que nos ensinaram em pequeninos.
Lembram-se daquela em que o avô reuniu os netos e dava uma vara
de vime a cada um com ordem para a partirem, ordem cumprida com facilidade.
Depois, juntou todas as varas num molho e voltou a pedir que o
partissem. Em vão, nenhum o conseguiu.
A velha e gloriosa Inglaterra juntou-se à Europa, mesmo
continuando com a sua libra de mais de 5 séculos - entrou em circulação em 1561
e continua a ser a moeda mais valorizada em circulação - mas, no fundo, não era bem isso que eles
desejavam. O que eles queriam mesmo é que fossem os europeus a juntarem-se a
eles, nunca o contrário...
Por isso, vão decidir agora, novamente, se regressam ao seu
isolamento ou mantêm os laços com o velho continente que sempre viram como
adversário: espanhóis, franceses e, por último, alemães.
Claro que se sairem ficarão a perder, e eles sabem disso porque
sempre foram bons a fazer contas para não se deixarem enganar mas, para os
britânicos, o seu orgulho de ilhéus, que um dia tiveram um Império e
sobreviveram às bombas V2 do doido do Hitler, vale mais do que qualquer união
política que lhes faça sentir diminuída a sua identidade histórica de espaço
que sempre viveu e sobreviveu limitado pela água do mar e o céu cheio de
nuvens, por cima.
Que vão passar a pagar mais caro tudo quanto lhes chega da Europa
com o regresso das barreiras alfandegárias, não há qualquer dúvida, acrescida
da depreciação inevitável da libra cujo poder de compra vai diminuir muito,
também é verdade, mas, mais do que tudo
isso, o que vale mesmo é o brio, o orgulho de ser inglês...
Perguntem ao sr. Boris Jonson, que luta pela saída da
Inglaterra, se está muito preocupado com a perda de valor da libra face ao
euro, com o comércio bilateral e com tudo o que isso representa de prejuízo...
No cenáio mais opt imista
a economia britânica perderá no ano 2020 o equi valente
a 3,3 % do seu PIB, cerca de 2.200 euros por cada família, enquanto que poupa
em contribuições líqui das para a Comunidade
Europeia, entre 0,3 a
0,4% do seu PIB.
Decididamente, ou endoidaram ou deixaram mesmo de saber fazer
contas...
- No fundo, o que sabem os cidadãos britânicos, ou quaisquer
outros, se a Inglaterra deve ficar ligada ou não, à Comunidade Europeia?
-Porque fazem perguntas desnecessárias e demagógicas que apelam
a emoções e a antigos sentimentos tribais sempre traiçoeiros e enganadores?
- Porque elegem
democràtiamente parlamentos e deputados, governos e ministros para decidirem e
depois perguntam ao povo o que devem fazer?
- Porque é que os
economistas, quase sempre divididos nas suas opiniões de técnicos, desta vez
são unânimes sobre os perigos da saída da Inglaterra?
Infelizmente, esta decisão
sobre o Brexit não diz apenas respeito aos ingleses, longe disso, todos
os europeus, uns mais que outros, estão implicados e eu até nem sei se eles não
querem sair só para chatear os vizinhos europeus de quem nunca gostaram, com
razões ou sem elas.
Enfim, depois da saída da Inglaterra para o isolamento da sua
ilha chata, só faltará a vitória do Trump (por que é que o nome me faz sempre
lembrar merda?...) para o desastre ser quase total.
... É que na Europa, os nacionalismos, que ainda há uma décadas
custaram mai de 60 milhões de mortos em todo o mundo na 2ª G.G.M. de 1939/45,
estão de volta... porque o homem continua igual a si próprio e nunca aprenderá
nada com a história condenado que está a repetir incansavelmente sempre os
mesmos erros.
Dá mesmo vontade de dizer: ... paz à sua alma!
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