sexta-feira, junho 17, 2016

Em que pé estamos?...

















Neste momento não sabemos nada de nada. Se a Inglaterra fica ou sai, se a Comunidade Europeia permanece ou vai cada um para seu lado e todos ao molho, se aceitamos ficar com os refugiados da Síria que atravessam o Mediterrâneo ou se os vendemos ao Erdogran, na Turquia, que é um país imenso e cabe lá toda a gente...

Estamos nestas indecisões perigosas que caminham no sentido contrário ao bom senso, irracionais, violadoras dos ensinamentos contidos nas histórias que nos ensinaram em pequeninos.

Lembram-se daquela em que o avô reuniu os netos e dava uma vara de vime a cada um com ordem para a partirem, ordem cumprida com facilidade.

Depois, juntou todas as varas num molho e voltou a pedir que o partissem. Em vão, nenhum o conseguiu.

A velha e gloriosa Inglaterra juntou-se à Europa, mesmo continuando com a sua libra de mais de 5 séculos - entrou em circulação em 1561 e continua a ser a moeda mais valorizada em circulação -  mas, no fundo, não era bem isso que eles desejavam. O que eles queriam mesmo é que fossem os europeus a juntarem-se a eles, nunca o contrário...

Por isso, vão decidir agora, novamente, se regressam ao seu isolamento ou mantêm os laços com o velho continente que sempre viram como adversário: espanhóis, franceses e, por último, alemães.

Claro que se sairem ficarão a perder, e eles sabem disso porque sempre foram bons a fazer contas para não se deixarem enganar mas, para os britânicos, o seu orgulho de ilhéus, que um dia tiveram um Império e sobreviveram às bombas V2 do doido do Hitler, vale mais do que qualquer união política que lhes faça sentir diminuída a sua identidade histórica de espaço que sempre viveu e sobreviveu limitado pela água do mar e o céu cheio de nuvens, por cima.

Que vão passar a pagar mais caro tudo quanto lhes chega da Europa com o regresso das barreiras alfandegárias, não há qualquer dúvida, acrescida da depreciação inevitável da libra cujo poder de compra vai diminuir muito, também é verdade,  mas, mais do que tudo isso, o que vale mesmo é o brio, o orgulho de ser inglês...

Perguntem ao sr. Boris Jonson, que luta pela saída da Inglaterra, se está muito preocupado com a perda de valor da libra face ao euro, com o comércio bilateral e com tudo o que isso representa de prejuízo...

No cenáio mais optimista a economia britânica perderá no ano 2020 o equivalente a 3,3 % do seu PIB, cerca de 2.200 euros por cada família, enquanto que poupa em contribuições líquidas para a Comunidade Europeia, entre 0,3 a 0,4% do seu PIB.

Decididamente, ou endoidaram ou deixaram mesmo de saber fazer contas...

- No fundo, o que sabem os cidadãos britânicos, ou quaisquer outros, se a Inglaterra deve ficar ligada ou não, à Comunidade Europeia?

-Porque fazem perguntas desnecessárias e demagógicas que apelam a emoções e a antigos sentimentos tribais sempre traiçoeiros e enganadores?

 - Porque elegem democràtiamente parlamentos e deputados, governos e ministros para decidirem e depois perguntam ao povo o que devem fazer?

 - Porque é que os economistas, quase sempre divididos nas suas opiniões de técnicos, desta vez são unânimes sobre os perigos da saída da Inglaterra?

Infelizmente, esta decisão  sobre o Brexit não diz apenas respeito aos ingleses, longe disso, todos os europeus, uns mais que outros, estão implicados e eu até nem sei se eles não querem sair só para chatear os vizinhos europeus de quem nunca gostaram, com razões ou sem elas.

Enfim, depois da saída da Inglaterra para o isolamento da sua ilha chata, só faltará a vitória do Trump (por que é que o nome me faz sempre lembrar merda?...) para o desastre ser quase total.

... É que na Europa, os nacionalismos, que ainda há uma décadas custaram mai de 60 milhões de mortos em todo o mundo na 2ª G.G.M. de 1939/45, estão de volta... porque o homem continua igual a si próprio e nunca aprenderá nada com a história condenado que está a repetir incansavelmente sempre os mesmos erros.

Dá mesmo vontade de dizer: ... paz à sua alma!

Site Meter