Só e em silêncio... |
por tanta crueldade
A figura do Papa, sentado numa cadeira,
só e em silêncio, num pátio do campo de Awschwitz onde foram mortas,
torturadas, assassinadas, milhares de pessoas vítimas de uma política execrável
de um louco sanguinário que conseguiu chamar a si a capacidade de mandar em
milhões de homens, é uma imagem que não me agradou muito.
Por quê, sozinho? – Apenas por que é
Papa e Papa só há um?
O repúdio e a vergonha por tudo aqui lo que ali se passou pertencem a toda a
humanidade, a todos os homens e mulheres, europeus ou de qualquer outro
continente, desta ou daquela religião, crentes ou não crentes.
O Papa Francisco pretendeu obter a atenção
do mundo sobre a sua pessoa, na qualidade de Chefe da Igreja Católica, como se
a sensibilidade à dor que ele ali representava, fosse mais forte do que a dos
outros, os que não se fazem fotografar ali sentados, sozinhos, a rezar ou
simplesmente a meditar.
É isto que me irrita no comportamento
das pessoas religiosas. Querem sempre parecer mais do que os outros, melhor do que
os outros, em nome de uma religião que professam ou representam, esquecendo-se
que a história dessa religião, também ela, está cheia de atrocidades que foram
cometidas em nome do seu Deus, com uma cruz na mão, de braço bem levantado,
para que ninguém tivesse dúvidas do autor moral e material dessas mortes.
No entanto, o seu representante máximo,
aparece agora, isolado, em silêncio, a penitenciar-se perante o mundo pelas
atrocidades que outros cometeram.
Pode não ter sido essa a intenção mas
também pode ser visto como um acto de propaganda religiosa sem pôr em causa, é
evidente, o carácter de um homem bom que o Papa Francisco é e muitos dos seus
antecessores, ao longo da história, não foram, mas as conclusões são livres e cada um toma aquela que mais lhe convier.
A favor da paz mundial e do bem-estar
dos povos, não sei se o Papa Francisco poderá fazer alguma coisa de concreto
para além de rezar e meditar ali sentado, sozinho, deixando-se fotografar no
campo de Awschwitz, e assim correr mundo.
Infelizmente, hoje em dia, os políticos,
aqueles que tomam decisões sobre o destino dos povos, nos mais variados campos
do mundo que não aquele, não estão nada preocupados com a opinião do Papa, com
o que ele pensa ou deixa de pensar, sobre o que ele medita ou deixa de meditar.
São apenas interesses materiais ambições
políticas de carácter pessoal que vão decidindo sobre o mundo e as nossas
vidas, como foi agora o caso do Brexit, provocado por homem político, o Sr. David
Cameron, cuja ambição o levou a prometer “coisas” que viriam a redundar na saída
da Inglaterra da Comunidade Europeia.
A política é, na verdade, a profissão
mais perigosa do mundo pelas repercussões que podem ressaltar para todos de uma atitude
tomada, muitas vezes, por um homem que não tinha a noção das consequências que ela podia ter.
O Sr. Cameron não pretendia os efeitos que
o seu Referendo obteve, ele próprio o confessou, e é precisamente esta incapacidade de prever desfechos
de uma decisão, que faz com que haja políticos bons e outros que não prestam.
O Sr. David Cameron, não prestava mesmo...
O Sr. David Cameron, não prestava mesmo...
Quando, em vez de apenas uma simples
decisão, aparentemente inócua, estamos perante um conjunto delas, de uma política, em suma, veja-se no que pode dar... um Papa, sentado numa cadeira, só, em silêncio, a
meditar sobre as crueldades cometidas!
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