quinta-feira, agosto 18, 2016

A Conversão ao 

Ateísmo

de Douglas

Adams















Richard Dawkins fala do "comovente e divertido relato que Douglas Adams faz da sua própria conversão ao ateísmo radical – ele insistia no “radical” para o caso de alguém o confundir com um agnóstico – é uma prova do poder do Darwinismo enquanto despertador das consciências.

Espero ser perdoado por me permitir alongar tanto na citação que se segue. A minha desculpa é que a conversão Douglas pelas minhas obras anteriores, que não pretendiam converter ninguém, me inspirou a dedicar à sua memória este livro.

Numa entrevista reeditada postumamente, um jornalista perguntou-lhe como se tinha tornado ateu.

Douglas iniciou a resposta explicando como se fizera agnóstico, logo acrescentando":

 - «Eu pensei, pensei. Mas não tinha muito por onde avançar, por isso não cheguei a nenhuma decisão.
Tinha imensas dúvidas em relação à ideia de deus mas não sabia o suficiente sobre o que quer que fosse para o substituir por um bom modelo de uma eventual explicação para, sei lá, a vida, o universo e tudo o que há.

Mas eu insisti e continuei a ler e continuei a pensar. A certa altura, estava eu a entrar na casa dos 30 quando tive um encontro com a biologia evolutiva, particularmente sob as formas dos livros de Richard Dawkins, o Gene Egoísta e, a seguir, o Relojoeiro Cego.

De repente, (creio que ao ler o Gene Egoísta pela segunda vez) todas as peças se encaixaram. Era um conceito de uma simplicidade assombrosa, mas que deu origem, naturalmente, a toda a infinita e desconcertante complexidade que a vida contem.

O espanto que inspirou em mim fazia parecer com que o espanto de que as pessoas falam relativamente à experiência religiosa me parecesse, francamente, pateta quando postos ambos lado a lado.

Eu colocaria o espanto da compreensão acima do espanto da ignorância, não tenho dúvidas sobre isso.»

E Richard Dawkins continua:

"É evidente que o conceito de simplicidade assombrosa de que Adams aqui fala nada tinha a ver comigo. Ele falava era de Darwin e da sua teoria da evolução por selecção natural – o grande despertador de consciências científico.

Douglas, tenho saudades tuas. És o meu convertido mais inteligente, o mais alto e possivelmente também o único. Espero que este livro te consiga fazer rir – embora não tanto como tu a mim".

Richard Dawkins – “A Desilusão de Deus”



Nota:

Douglas Adams, famoso comediante britânico, falecido em 2001 com 49 anos, ficou famoso por ter escrito os textos para a série televisiva Monty Python's tendo sido, igualmente, um activista ambiental.
As suas piadas são do mais profundo e arrojado humor que já me foi dado conhecer. Felizmente, com  a sua divulgação através da televisão, passaram para o domínio público.

A mim, Richard Dawkins, não me converteu ao ateísmo. Na verdade, já não era crente mas a leitura dos seus livros assentou as minhas ideias e tornou tudo muito mais claro. Por isso, estou-lhe muito agradecido. 

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