terça-feira, agosto 02, 2016

Confusão...
Podia ser pior...














Não há na Europa situação de guerra com confronto de exércitos, como aconteceu entre 14/18 e 39/45, mas, esse tipo de confrontações, nem pode sequer voltar a acontecer porque a evolução dos armamentos já não os permitiriam.

Lembro que, felizmente, quando o exército alemão, na 2ª G.G.M., estava em condições de bombardear Londres com os seus mísseis V2, o conflito chegou ao fim.

Por outro lado, do ponto de vista político, existe uma grande uniformidade entre os vários países da Europa ocidental, com democracias instaladas e governos de centro direita dos quais, Portugal, será uma pequena excepção com um governo do PS, centro esquerda, apoiado por comunistas, relíquia do passado, e pelo Bloco de Esquerda.

Portanto, do ponto de vista militar, a Europa vive em paz, ou melhor, continua a viver em paz desde o fim da última grande guerra.

Mas há sintomas de crise e insatisfação nas populações que podem ter consequências na natureza política dos governos na Europa, e as próximas eleições presidenciais francesas em que Marine Le Pen é favorita, é disto um exemplo.

Merkel, com a sua política de abertura aos refugiados, está em perda na sua base social de apoio, mas, o perigo maior vem do Estado Social, uma criação europeia do pós - guerra, ou melhor, de alguns dos seus países, que está ameaçado e periclitante.

As forças sociais e políticas de direita, pensam que se gasta de mais com as pessoas dos sectores mais desfavorecidos, enquanto que as das esquerdas: sindicatos, classes médias mais baixas, trabalhadores, exigem que se gaste cada vez mais sem cuidar se aquilo que se produz e se poupa pode pagar esse “mais”.

O Estado Social foi uma conquista formidável da nossa sociedade, principalmente, porque protege as pessoas na saúde, velhice, desemprego e providencia a educação o que, no conjunto, se reflecte numa apreciável melhoria da qualidade de vida.

Mas há perigos...

Falta na Europa uma liderança política que se assuma em função da vontade dos povos, pela razão, e não pela força das coisas, que o mesmo é dizer pela força dos interesses do dinheiro, sempre em favor dos mais ricos e poderosos com sacrifício dos mais pobres, a partir de uma relação injusta no tratamento igual daquilo que é desigual.

Mas, injustiças à parte, o maior perigo vem do terrorismo que já levou cidades tão importantes como Munique a declarar estado de emergência.

Um tipo de emergência diferente e por diferentes razões, que levaram a Turquia a declarar, também, o estado de emergência, suspender as liberdades públicas e os direitos humanos, no que será a criação uma futura ditadura islâmica pondo em causa equilíbrios europeus.

A Leste, a Rússia de Putin que, logicamente, apoia a nova ditadura turca, está à beira do conflito político. Os povos eslavos e os europeus parecem, cada vez mais, ser uma preocupação.

A saída da Inglaterra deixa um vazio, e do lado de lá do Atlântico, a incógnita de Trump deixa a Europa vulnerável.

A NATO que nos defende tem opositores em Portugal, Espanha, Grécia, França e Turquia e há forças políticas em ascensão que entendem que deve ser posta em causa essa Aliança, embora cada país, por si, não se defenda e reivindique a protecção americana...

Enfim, podia ser pior...  

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