Se há testes para tanta coisa tendo em vista avaliar, seleccionar,
admitir e excluir candidatos, por que não um teste de carácter para se ser
Presidente dos EUA?
A resposta, é que não precisa. Nenhuma pessoa, desconhecida do
grande público, se candidata a um lugar destes.
A avaliação é o resultado, por vezes, de muitos anos de conhecimento,
no caso concreto de Hillary Clinton, 25 anos e, relativamente a Trump, é como
se sempre o tivéssemos conhecido...
Infelizmente, os europeus não votam para o Presidente dos EUA mas,
dada a importância deste país para os destinos do mundo, até deviam votar...
O eleitorado dos EUA não é de fiar e a nossa esperança é que haja
sempre uma margem de pessoas, pequena que seja, que nos ponham a salvo dos “Trumpes”,
e outros que tais, que sempre existiram por ali.
Ouvimos, anos atrás, os discursos de Obama e, na qualidade de
cidadãos do mundo, ficámos vergados às suas ideias e pensamentos, como homem e como político, e lamentámos, interiormente, não lhe termos podido dar o nosso voto, e ele ganhou à “retinha”...
Tivesse sido na Europa e daria uma “abada” aos seus
adversários, mas o eleitorado americano não tem a capacidade de escrutínio dos
europeus, não obstante os disparates que já fizemos neste domínio, incluindo
todos os ditadores que, entre nós, chegaram ao poder através do voto.
Agora, vamos ter, de um lado a Hillary, velha conhecida de todos
cujo grande “crime” para esta eleição, são uns e-mails e, do outro, Trump,
vendedor de ódio, o ódio que todos guardamos dentro de nós em maior ou menor
quantidade.
Qual o eleitorado que não tem pessoas insatisfeitas, frustradas,
zangadas consigo próprias e com a vida?
São todas estas pessoas,
muitas delas hoje instaladas na classe média americana, que não vêm a sua situação
económica melhorar desde há uns anos a esta parte, que estão recept ivas ao tipo de discurso de Trump e ao ódio que
ele contem.
Se perdemos a esperança de melhorar na vida, resta-nos o ódio que é
alternativa à conformação e funciona como escape.
Trump sabe isso e sabe também que nada tem para oferecer às
pessoas mesmo que ele possua um avião particular e torres com o seu nome, que
ele ostenta como vitórias da sua vida, das suas extraordinárias qualidades, e
que não passam de miragens para o comum dos cidadãos.
Trump apela ao ódio, simplesmente... O ódio que é filho da
insatisfação, que tem os seus adept os
certos entre aqueles que vivem despeitados porque a sorte não lhes sorriu, e se
a empresa fechou e vamos para o desemprego, num país sem apoios sociais que
protejam as pessoas nas situações difíceis da doença e falta de trabalho, por
que não odiar, por que não dar ouvidos àquele homem que apela ao que existe de
mais primário dentro de nós próprios, que tolda o discernimento, que nos faz
regressar ao animal que nunca deixámos de ser?...
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