sexta-feira, novembro 04, 2016

O Sonho Americano














Os EUA caminham para um país de maioria não branca. Hoje, os brancos são 75% da população mas dentro de 50 anos irão ser 46% e os latinos 26%.

Para alem disso, é um país de crescentes desigualdades. Sessenta e três por cento dos cidadãos que eram da classe média estão hoje reduzidos a 46%. Somando os ricos com os pobres temos, agora, um número superior aos da classe média.

Por outro lado, o mundo já não é agora só de bons e maus, havendo uma grande polaridade e novas realidades económicas que ameaçam o mundo e a supremacia americana.

Isto traduz-se em incerteza e vulnerabilidade, especialmente quando um dos candidatos, Trump, é o menos preparado dos últimos 50 anos, preparação que não falta a Hillary Cllinton, que é insuperável nos EU, embora seja pouco querida.

De resto, tanto ela como Trump têm elevadas taxas de rejeição e desconfiança. O primeiro, é uma consequência do processo de mudanças na sociedade americana que vive hoje cada vez mais longe do chamado "sonho americano" que se traduzia numa família, casa, carro, trabalho, os filhos a estudar na Universidade na certeza de que iriam viver melhor que os pais.

O sonho está a esfumar-se, agora o que reina é a incerteza e o Trump é a consequência dela.

O "sonho americano" esvai-se e Trump, com a sua melena e "bocas" disparatadas, emana do sonho transformando-o em pesadelo.

O mundo não pode deixar de estar apreensivo embora as sondagens, que na América valem o que valem, continuem a dar o favoritismo a Hillary, mesmo antipática e pouco querida é mil vezes preferível.

Habituá-mo-nos à simpatia e charme do casal Obama que cativou o mundo, ainda mais que os americanos, e do qual começamos todos a sentir saudades como nenhum outro deixou, sem falar em Kenedy, estupidamente assassinado numa nota típica de violência característica de um país em que as armas se compravam quase como rebuçados, e eu digo quase, porque Obama conseguiu colocar alguns entraves burocráticos...

Os EU é o país dos "lobis", mais do que qualquer outro,  e o das armas é dos mais fortes. Por causa dele fazem-se guerras, como a do Iraque, enquanto a constituição do Senado e do Congresso não se alterar por força de uma votação mais significativa nos Democratas.

A sociedade americana é conservadora embora, na sua génese, tenha tido uma violenta guerra civil. Ganhou o Norte mas o conservadorismo do Sul continua a marcar.

O "sonho americano" fazia parte desse conservadorismo e o que sobra agora, com Trump, é a nostalgia desse sonho transformado em misto de incerteza e raiva por parte e uma minoria que vê o poder fugir-lhe debaixo dos pés. 

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