terça-feira, abril 18, 2017

A felicidade é um estado de alma
A Felicidade








                                                                                                                       












“A felicidade consiste em ter boa saúde e má memória”. Quem nos diz isto é um psiquiatra espanhol, Enrique Rojas, que no seu livro, “SOS Ansiedade”, lançado recentemente, entende que esta fórmula, “ter boa saúde e má memória” é a chave para a felicidade.

Por outras palavras, é preciso melhorar a expressão dos nossos sentimentos para nos sentirmos bem.

Uma relação conjugal, por exemplo, foi concebida pela natureza para durar três anos: durante a gravidez e mais dois anos para protecção da criança nos primeiros tempos de vida, naquela linha de que o homem é essencialmente macho e a mulher essencialmente mãe, como dizia o nosso único Prémio Nobel, Prof. Egas Moniz.

Por quê, então, a boa saúde e a má memória?

Ser feliz, implica um esforço, um compromisso connosco e com os outros. As pessoas têm um reduzido diálogo interior ou, em linguagem mais corriqueira, falam demasiado ao telemóvel em conversas de chacha que se vulgarizaram porque deixaram de custar dinheiro. Para trás ficaram as outras, as que dão que pensar.

- Quem sou? – Para onde vou? – Com quem vou?

Para se dar alguma profundidade à vida tem que se reflectir sobre estas três questões essenciais.

Quem não faz este esforço dificilmente consegue ser feliz, aumentando a ansiedade, que é natural que exista em todos nós, e é positiva, se se mantiver dentro dos limites do que é saudável para cada um de nós.

Daí a “boa saúde e a má memória”.

Pessoalmente, na minha vida, sempre combati a ansiedade, baixando o nível das expectativas não deixando, contudo, no segredo de mim próprio, de lutar por elas.

Sim, a gente sabe que há nas farmácias uns comprimidos que nos ajudam a suprir a ansiedade, os ansiolíticos mas, melhor do que eles, é criar na nossa vida, ordem, disciplina e desenvolver a vontade para que ela não seja um barco à deriva.

Nada se consegue que não seja através de um acto de vontade. Ou seja, sem esforço, esta luta é só a primeira forma de combater a ansiedade que sem o nosso contributo inteligente não cai dos céus aos trambolhões.

O nosso cérebro, é a última expressão de um processo de criação que começou há 4,5 mil milhões de anos e apelar para ele é o que de mais inteligente podemos fazer, por nós e para nós... Aqui entra a má memória...

A vida é o presente e o futuro, o resto é a embalagem que nos fez chegar até aqui. Um colega e amigo meu de carteira, nos últimos dias da sua vida, atormentado por um cancro, pedia à mulher que o levasse a ver o mar procurando nele algo para além da saúde, definitivamente perdida, mas um futuro desconhecido.

Mas enquanto esses momentos não chegam e por aqui continuemos a viver, lembremo-nos que pedir perdão é um ato de amor e a felicidade consiste em ter "boa saúde e má memória" para que os nossos eventuais sucessos, se os houve, não nos perturbem e confundam...

A humildade perante a vida é um bom ponto de partida, ou melhor, de permanente recomeço.



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