TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 186
Fazendo esforço para conservar-se calma, Tereza quis tomar o meio da rua. O rapaz estendeu a mão para segurá-la, mas não chegou a lhe tocar o braço. Surgindo não se sabe de onde, Alfredão deu um tal trompaço no intrometido a ponto de não se fazer necessário o segundo: o galanteador estendeu-se de cara no chão e lá se levantou correndo direito ao hotel, onde se escondeu até à hora de tomar a marineti para Aracaju.
Faltava a Avio Auler imprescindível experiência na conquista de amásias. Quem quiser se meter com mulher amigada deve antes conhecer-lhe a natureza e os pontos de vista do protector da moça.
Se a maioria das mancebas é dada aos prazeres e riscos do corneamento e muitos senhores amásios são mansos, complacentes, existe pequena minoria de raparigas sérias, fiéis aos compromissos assumidos, e alguns amancebados são de testa sensível, alérgicos aos chifres. No caso, amásia e amásio faziam parte da agressiva minoria, urucubaca de Avio Auler, caixeiro-viajante ao serviço da fábrica Stela, de sapatos.
Através de Alfredão, o doutor soube das tardes de Tereza em cima dos livros de leitura, dos cadernos de caligrafia. Frequentara escola antes de ser vendida ao capitão, durante dois anos e meio a professora Mercedes Lima lhe transmitira quanto sabia, não era muito. Tereza queria ler os livros espalhados pela casa, pôs-se a estudar.
Para Emiliano Guedes foi tarefa apaixonante seguir e orientar os passos da menina, ajudando-a a dominar regras e análises.
Muitas e diferentes coisas o doutor ensinou à jovem protegida, no jardim, no pomar, em casa e na rua, na mesa, na cama, no correr dos dias, nenhuma tão útil à Tereza na época quanto aquele curso de lições marcadas. Antes de partir o doutor lhe deixava deveres a cumprir, matérias a estudar, exercícios a fazer. Livros e cadernos encheram o tempo ocioso de Tereza, impedindo o enfado e a insegurança.
Naquela ocasião, o doutor habituou-se a ler para ela ouvir, começando pelas histórias para crianças: Tereza viajou com Guliver, comoveu-se com o soldadinho de chumbo, riu de se acabar com Pedro Malazarte. Também o doutor riu o largo riso alegre; amava rir. Não amava comover-se, mas se comoveu com ela, rompendo a imposta e dura contenção.
Tempo ocioso de Tereza, nem tanto assim. Apesar do doutor não a querer ao serviço doméstico, nem por isso deixou de participar da limpeza, da arrumação, do enfeite da casa – Emiliano adorava flores e cada manhã Tereza colhia cravos e rosas, dálias e crisântemos, mantendo os vasos cheios, o doutor não tinha dia nem hora certa de chegada.
Ocupou-se sobretudo da cozinha, pois, sendo o doutor tão amigo de comer e tão exigente na qualidade da comida, quis Tereza fazer-se competente na matéria.
O homem civilizado precisa de cama e mesa de primeira, dizia o doutor, e Tereza, na cama aquela maravilha, queimou os dedos no fogão mas aprendeu a cozinhar.
João Nascimento Filho arranjara para eles afamada cozinheira, a velha Eulina, resmungona a se queixar da vida, de fácil calundu, mas que artista!
- Uma artista, Emiliano, é o que a velha é. Um ensopado de cabrito feito por ela é de se comer durante uma semana… – Afirmava mestre Nascimento: - No trivial não tem quem com ela se compare. Mão divina. (clik na imagem)
Faltava a Avio Auler imprescindível experiência na conquista de amásias. Quem quiser se meter com mulher amigada deve antes conhecer-lhe a natureza e os pontos de vista do protector da moça.
Se a maioria das mancebas é dada aos prazeres e riscos do corneamento e muitos senhores amásios são mansos, complacentes, existe pequena minoria de raparigas sérias, fiéis aos compromissos assumidos, e alguns amancebados são de testa sensível, alérgicos aos chifres. No caso, amásia e amásio faziam parte da agressiva minoria, urucubaca de Avio Auler, caixeiro-viajante ao serviço da fábrica Stela, de sapatos.
Através de Alfredão, o doutor soube das tardes de Tereza em cima dos livros de leitura, dos cadernos de caligrafia. Frequentara escola antes de ser vendida ao capitão, durante dois anos e meio a professora Mercedes Lima lhe transmitira quanto sabia, não era muito. Tereza queria ler os livros espalhados pela casa, pôs-se a estudar.
Para Emiliano Guedes foi tarefa apaixonante seguir e orientar os passos da menina, ajudando-a a dominar regras e análises.
Muitas e diferentes coisas o doutor ensinou à jovem protegida, no jardim, no pomar, em casa e na rua, na mesa, na cama, no correr dos dias, nenhuma tão útil à Tereza na época quanto aquele curso de lições marcadas. Antes de partir o doutor lhe deixava deveres a cumprir, matérias a estudar, exercícios a fazer. Livros e cadernos encheram o tempo ocioso de Tereza, impedindo o enfado e a insegurança.
Naquela ocasião, o doutor habituou-se a ler para ela ouvir, começando pelas histórias para crianças: Tereza viajou com Guliver, comoveu-se com o soldadinho de chumbo, riu de se acabar com Pedro Malazarte. Também o doutor riu o largo riso alegre; amava rir. Não amava comover-se, mas se comoveu com ela, rompendo a imposta e dura contenção.
Tempo ocioso de Tereza, nem tanto assim. Apesar do doutor não a querer ao serviço doméstico, nem por isso deixou de participar da limpeza, da arrumação, do enfeite da casa – Emiliano adorava flores e cada manhã Tereza colhia cravos e rosas, dálias e crisântemos, mantendo os vasos cheios, o doutor não tinha dia nem hora certa de chegada.
Ocupou-se sobretudo da cozinha, pois, sendo o doutor tão amigo de comer e tão exigente na qualidade da comida, quis Tereza fazer-se competente na matéria.
O homem civilizado precisa de cama e mesa de primeira, dizia o doutor, e Tereza, na cama aquela maravilha, queimou os dedos no fogão mas aprendeu a cozinhar.
João Nascimento Filho arranjara para eles afamada cozinheira, a velha Eulina, resmungona a se queixar da vida, de fácil calundu, mas que artista!
- Uma artista, Emiliano, é o que a velha é. Um ensopado de cabrito feito por ela é de se comer durante uma semana… – Afirmava mestre Nascimento: - No trivial não tem quem com ela se compare. Mão divina. (clik na imagem)
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