A minha cidade deSsntarém |
Hoje é Domingo
(Na minha cidade de Santarém em 10/7/16)
Escrevo hoje, Domingo, à hora do meio –
dia. Não sei, portanto, ainda qual irá ser o resultado do jogo de logo à noite de futebol entre a França e Portugal, mas tenho uma forte
desconfiança...
Entretanto, deixei de ver os canais
generalistas da televisão porque não suporto a avalanche de informações, comentários,
opiniões, previsões, de tal forma avassaladora que faz sucumbir qualquer
espectador menos anestesiado.
Sou um anónimo cidadão desta pacata e
quase deserta cidade de Santarém, situação agravada pelo período de férias e,
portanto, não corro o risco de que algum repórter de rua me pergunte qual a
minha opinião sobre o jogo de logo à noite.
Ainda bem, mas se o fizessem. Diria: “ -
Não falo sobre esse assunto”.
É que, sinceramente, não dá para
aguentar, não há paciência que chegue, suficiente capacidade de resistência...
As coisas que são ditas não passam,
evidentemente, de ideias comuns que podiam resumir-se a uma só... mas é preciso
preencher tempos de antena, colunas de jornais e nem todos têm a mestria do meu
comentador de excelência, o jornalista Ferreira Fernandes para o fazer com beleza e mestria.
Eu vejo os cabeçalhos dos jornais, e as
caras já conhecidas dos ecrãs da televisão mas passo à frente para poder, mais
tarde, assistir ao jogo sem a cabeça atafulhada de montes de dicas.
Ao fim de tantos anos de acompanhar o futebol
já tenho a minha dose de emoções que atingiram a expressão máxima no Mundial de
1966, em Inglaterra, quando, na esplanada da Nazaré, onde estava de férias, vi lágrimas
a correr pela face de um senhor de meia-idade sentado na mesa ao lado da minha.
A Coreia do Norte estava, ao intervalo, a ganhar a Portugal e corríamos o risco
do maior enxovalho futebolístico da história do nosso país.
Não sei o que teria sido se o Oto Glória, no balneário, não tivesse puxado as orelhas àquela malta e o Eusébio reposto a verdade desportiva - ( porque, em boa verdade, eles pouco mais
sabiam do que correr, e muito... ) - e salvo a honra da pátria.
Depois desse susto já nada posso temer. Perder com a Inglaterra ou com a França não atinge o nosso orgulho
nacional, e um resultado positivo poderia, até, levar-nos a embandeirar perigosamente em arco.
A França, não sendo a equi pa que já foi, sem Platini ou Zidane, não
apresenta um grande desequi líbrio em
relação à nossa e, portanto, dentro daquele grau de imprevisibilidade própria
do futebol, qualquer resultado pode acontecer... até o nosso Ronaldo fazer história.
Falhamos muitos passes, é verdade,
falta-nos algum poder atlético, parece evidente, mas o futebol não é uma ciência
exacta e há um grau de imprevisibilidade que pode cair para o nosso lado.
- Quem sabe?...
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